Guanambi assiste silenciosamente ao fechamento de mais uma escola estadual

Foto: Joana Martins / Agência Sertão

Tiago Marques | Agência Sertão 

O Governo do Estado da Bahia prossegue com o reordenamento da rede estadual de Educação. Como divulgado há um ano pela Agência Sertão, mais um colégio deve ser desativado em Guanambi até 2021.

Se em Salvador e Jequié estudantes estão protestando contra o fechamento das escolas, em Guanambi, em menos de três anos, duas escolas fecharam e outra está prestes a encerrar suas atividades sem nenhuma resistência de estudantes, professores e autoridades.

O Colégio Estadual Idalice Nunes será a próxima a fechar as portas. Neste ano, só estão sendo ofertados o 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, apenas o 3º ano. A quantidade de turmas ofertadas vem diminuindo. No ano passado, foram extintas as turmas do 5º e 6º anos do ensino fundamental e do 1º e 2º do ensino médio. Este ano já não há matrículas para o 7º ano do fundamental nem para o 2º ano do Ensino Médio.

Segundo funcionários, com a eminência da extinção em 2021, os profissionais devem ser deslocados para outras unidades educacionais do Estado.

Com o encerramento das turmas, estudantes do ensino fundamental foram matriculados na rede municipal e os estudantes do ensino médio estão sendo direcionados para matriculas no Colégio Luiz Viana, que vem abrindo novas turmas para abrigar a demanda.

A quantidade de alunos que a escola irá receber este ano não foi divulgada, no entanto, é esperado que seja menos de 200 alunos. O Colégio Idalice Nunes fica localizado rua General Osorio, no Centro de Guanambi.

A instalação da escola conta com -15 salas de aula, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), quadra de esportes descoberta, cozinha, biblioteca, banheiro dentro do prédio, banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, além de sala de secretaria e almoxarifado.

Toda a estrutura, faz com que ela seja considerada uma das maiores escolas de Guanambi. Além disso, ela possuí infraestrutura e profissionais para atender alunos especiais.

A justificativa do governo para o reordenamento das escolas é a diminuição da demanda por matrículas, o que torna inviável o funcionamento da escola abaixo da capacidade. Como também a municipalização atende disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB nº 9.394/96), que estende aos municípios a responsabilidade pela gestão do Ensino Fundamental e aos estados a responsabilidade pela gestão do Ensino Médio.

Em 2018, o Colégio Estadual Gercino Coelho, no bairro Vila Nova, foi desativado. Um ano antes, o Estado desativou o Colégio Monteiro Lobato, no bairro São Francisco.

Em outubro do ano passado, a Secretaria de Educação do Estado cedeu os imóveis para a Prefeitura de Guanambi. O Colégio Gercino Coelho será usado para atividades de apoio educacional, já no prédio do Colégio Monteiro Lobato será instalado o Centro de Referência da Educação Inclusiva (Creio).

Estudantes Protestam em Salvador e Jequié

Estudantes ocuparam o Colégio Estadual Maria José de Lima Silveira em Jequié há mais de 10 dias. O protesto é contra o fechamento da escola que possui 30 anos de existência e atende mais de 600 alunos.

De acordo com uma reportagem do Bahia Meio Dia, os alunos da instituição dizem estar preocupados que as novas unidades para onde irão sejam longe das casas onde moram.

Na ocupação, os adolescentes fazem revezamento e contam com apoio dos pais e vizinhos da unidade de ensino. Através de vídeos, os estudantes repudiaram o fechamento da escola e mostraram a ocupação. Eles disseram que estão dormindo nas cadeiras e em colchões que levaram para o colégio.

Na cidade de Salvador a situação é semelhante, o protesto iniciou na tarde desta terça-feira (21) e os ocupantes também revindicam o fechamento do Colégio Estadual Odorico Tavares, que fica no Corredor da Vitória, bairro de classe alta em Salvador. A ocupação deste colégio durou apenas 10 horas.

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