Após quase cinco anos do anúncio do Governo da Bahia, o Aeroporto Isaac Moura Rocha enfim conseguiu a certificação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O certificado em caráter provisório foi publicado nesta sexta-feira (14), após vistoria de técnicos e análise do órgão.
Segundo o documento, a certificação fica condicionada à manutenção pelo operador aeroportuário dos aspectos avaliados durante o processo de concessão. A empresa Infeacea foi contratada pela prefeitura de Guanambi para fazer a gestão do equipamento aeroportuário.
A concessão permite operação com aeronaves do tipo 2C e ATR 72, modelo usado pela Azul Linhas Aéreas em linhas regionais. Esse tipo de aeronave tem capacidade para transportar até 70 passageiros.
A Agência Sertão entrou em contato com Ronaldo Veras, assessor especial da presidência da Azul. Ele afirmou que a companhia continua interessada em operar voos regulares partindo de Guanambi.
A princípio, o plano de expansão é interiorização da Azul e prevê uma linha ligando a cidade a Belo Horizonte, com frequência de voos a ser definida de acordo com a demanda. No entanto, segundo Veras, a empresa também poderá operar voos ligando Guanambi a Salvador.
Outras empresas como a Passaredo e a Abaeté também demonstraram interesse na operação de voos partindo de Guanambi. A Passaredo, assim como a Azul, possui em sua frota aviões do modelo ATR-72. Já a Abaeté, empresa que operou na cidade com voos para Salvador entre 1995 e 2012, com aeronaves dos modelos Cesna e Embraer Bandeirante, com capacidade para apenas 14 lugares.
Passo a passo
O processo de instalação de voos comerciais no aeroporto de Guanambi foi iniciado em 2015, quando o saguão foi requalificado, sendo construído à época as instalações de combate a incêndios aeroportuários.
Em março de 2016, o Governo do Estado assumiu a gestão do aeroporto pelo período de 35 anos. No mesmo ano, uma inspeção das autoridades aeronáuticas constatou que os morros do entorno da pista poderiam representar obstáculos perigosos para aeronaves maiores.
Em fevereiro de 2017, uma comitiva de técnicos e executivos da Azul veio a Guanambi para uma avaliação preliminar do local.
Somente em 2018, após ser apresentado um novo plano de zona de proteção de aeroportos, a restrição foi retirada.
Ainda em 2018, a pista começou a ser recuperada, com um investimento de cerca de R$ 7 milhões, por parte do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura.
Logo após a conclusão da obra, já em 2019, a prefeitura de Guanambi contratou uma empresa para gerenciar as operações no aeroporto.