Depois de mostrar sua imponência por mais de 2.000 Km desde sua nascente, na Serra Canastra, em Minas Gerais, até a barragem de Sobradinho, na Bahia, a cheia do rio São Francisco chegou a Petrolina e Juazeiro.
O aumento do nível do rio ocorre após a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) aumentar a defluência da Hidroelétrica a montante das cidade-irmãs, na divisa dos estados da Bahia e Pernambuco.
Apesar do nível ter subido aproximadamente 90 centímetros, o rio não oferece risco de enchentes à população das duas cidades. Apenas os balneários e restaurantes próximos ao leito foram invadidos pela água vertida da barragem localizada 40 Km acima das cidades.
Na última quarta-feira (8), a produção de energia elétrica foi aumentada com a liberação de mais água. A vazão turbinada saiu de 817 m³/s para 1.446 m³/s, maior volume após oito anos de seca.
O aumento da vazão do rio São Francisco acontece após o aumento do volume útil do Lago de Sobradinho, que atingiu 84% neste domingo (12). A previsão da Chesf é que o lago atinga 90% até 26 de abril e chegue a 100% em maio. No início de dezembro de 2019, a barragem chegou a armazenar apenas 25,78% de sua capacidade.
A cheia do rio São Francisco em Juazeiro e Petrolina ocorre 45 dias após as chuvas intensas nas cabeceiras do rio obrigarem a Cemig a abrir as comportas da Hidroelétrica de Três Marias, distante cerca de 1.200 Km e dois meses e meio após as chuvas históricas da região central de Minas.
A Usina que está com as comportas parcialmente abertas desde de 28 de fevereiro chegou a 100% de sua capacidade no mês passado.
A primeira cheia teve seu pico registrado em Malhada e Carinhanha, primeiras cidades da Bahia banhadas pelo Velho Chico, no início de fevereiro, e a segunda no fim da primeira quinzena de maio. Segundo os dados fluviométricos disponíveis, esta foi a maior cheia dos últimos oito anos, pouco menor do que a ocorrida em 2012.
Abaixo de Juazeiro e Petrolina, a Hidroelétrica Luiz Gonzaga, em Paulo Afonso teve sua vazão aumentada no mês passado para reduzir seu volume para atuais 28,32% antes do aumento da chegada das águas de Sobradinho. Esta gestão de reservatórios é realizada em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA).