23 C
Guanambi
17.7 C
Vitória da Conquista

Homem morre afogado ao entrar no lago da barragem de Ceraíma

Mais Lidas

Um homem morreu após entrar no lago da barragem de Ceraíma. O fato ocorreu na tarde deste domingo (19), enquanto muitas pessoas estavam no local para ver o resultado da cheia provocada pelas chuvas ocorridas na última semana.

Segundo informações de populares, o homem entrou na água e logo em seguida afundou, até aparecer na superfície segundos depois e sumir definitivamente no lago. Ele é morador do Vila de Ceraíma e tem idade de aproximadamente 40 anos. A Polícia Civil informou que ainda não registrou o Boletim de Ocorrência.

Ainda segundo populares que presenciaram o afogamento, um irmão do homem tentou salva-lo mas não conseguiu avançar na água após ficar preso em linha de pesca e voltar para a margem com segurança. Algumas pessoas com experiência em mergulho tentaram encontrar o corpo até o anoitecer, mas sem sucesso.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), responsável pela gestão da barragem, já havia alerta para o risco de aglomerações. Além do risco de contágio pelo coronavírus e o risco de afogamento, a movimentação intensa de pessoas pode trazer danos à estrutura do barramento que forma o lago.

No local existem placas alertando para a proibição da entrada na área da barragem, além de portão e cerca de arame farpado. Mesmo assim, muitos curiosos entraram no local para conferir o nível da água.

A barragem de Ceraíma está muito próxima de sua capacidade máxima de armazenamento. Até a tarde deste domingo, faltava apenas 8 cm para que a água atingisse o nível de vertimento. O fim de semana foi com registro de pancadas de chuvas fracas nas vertentes do rio Carnaíba e Dentro, formador do lago da barragem.

As chuvas registradas no último domingo (12) e terça-feira (14) levaram mais de 4,5 milhões de metros cúbicos de água para o reservatório. Segundo moradores de áreas onde estão localizadas as vertentes, o acumulado de chuva na semana superou os 130 mm.

A expectativa dos moradores do distrito foi grande em torno do possível vertimento, ou do sangramento da barragem com é popularmente falado na região. A última vez que isso aconteceu foi em 28 de janeiro de 1992.

O período chuvoso iniciado em outubro foi bastante significativo para a recuperação da barragem. No início de dezembro, o armazenamento era de 58%, tendo aumentado quase 21 milhões de metros cúbicos no período. Em Guanambi, à jusante de Ceraíma, o acumulado no período registrado pelo pluviômetro da Agência Sertão no centro da cidade é de 796 mm.

Moradores das regiões dos distritos de Morrinhos, em Guanambi, e Guirapá, em Pindaí, registraram acumulados variando superiores a 1.100 mm. São nessas localidades que estão localizadas as principais vertentes do rio Carnaíba de Dentro.

Veja também:
Rio São Francisco termina com cheia a década mais seca de sua história
Barragem de Sobradinho tem maior cheia em 8 anos
Antes de ficar pronta, barragem de Ceraíma se rompeu em 1960

A última vez que a barragem ficou próxima de atingir a sua capacidade máxima foi em 2016. Na ocasião, seu nível ficou a 0,82 metros do vertedouro no fim do mês de janeiro. Entretanto, naquele ano, não ocorreram mais chuvas significativas nos meses seguintes.

Fonte: Codevasf

Os modelos meteorológicos apontam que a chuva que quase fez Ceraíma sangrar foi a última mais expressiva desta temporada, antes do período seco que se inicia nesta semana. Para que o que ocorreu em 1992 se repetisse é necessário que chova pelo menos mais um temporal de pelo menos 20 ou 30 mm nas vertentes.

Construída na década de 1960, a Barragem de Ceraíma armazena a água usada na produção agrícola do perímetro irrigado do distrito de mesmo nome, principalmente na fruticultura. No final da década passada, a barragem passou por sua maior seca, chegando próximo ao volume morto, interrompendo a atividade de irrigação no local.

Em 2019, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) concluiu a revitalização do perímetro de irrigação e os proprietários dos 112 lotes voltaram a ter água para tocar suas atividades.

As recentes chuvas também contribuíram para o aumento do nível do reservatório da barragem do Poço do Magro, que chegou a 66% de sua capacidade.

Notícias Relacionadas

Deixe uma resposta

Últimas