Uma reunião entre representantes da Valec e do Quartel General do exército foi realizada nesta quarta-feira (27), para tratar do início da participação dos militares nas obras da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol). Segundo a Valec, a expectativa é que o contrato da parceria seja assinado em até 60 dias e que a obra seja retomada já no início de agosto.
A corporação assumirá o trecho 1 do Lote 6, que fica entre as cidades de Correntina e Santa Maria da Vitória, ambas na Bahia. Nesta primeira fase, o Batalhão de Engenharia do Exército deverá executar aproximadamente 20 quilômetros da obra. Com a parceria, o Exército voltará a fazer parta da construção de uma grande ferrovia no Brasil após 25 anos. A última participação da corporação ocorreu na construção da Ferroeste, entre os anos de 1993 a 1995.
Para o chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Claudio Coscia Moura, a participação da instituição na Fiol será essencial para a infraestrutura do país. “Tenho certeza de que essa será uma grande parceria, além de muito importante para o fortalecimento da tropa na participação de obras ferroviárias. Estamos ansiosos para contribuir com o desenvolvimento do Brasil”, ratificou.
De acordo com o diretor-presidente da Valec, Andre Kuhn, a entrada do Exército dará ainda um novo ritmo à execução dos trabalhos, além de ajudar na capacitação da tropa de Engenharia. “Essa participação será essencial para o cumprimento das metas de conclusão da Fiol”, pontuou.
O secretário nacional de Transportes Terrestres, Marcello da Costa, ressaltou o empenho do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em fazer com que as obras sejam retomadas com a maior brevidade. “A decisão já foi tomada, e faremos todo o possível para agilizar o início. O Ministério e a Valec estão empenhados em viabilizar esse processo”, ressaltou.
Nesta segunda-feira, 1º de junho, uma nova reunião entre as equipes técnicas da Valec e do Exército dará continuidade à discussão sobre o detalhamento do projeto e o plano de execução das obras.
As obras deverão ser executadas pelo 4º Batalhão de Engenharia de Construção (4º BEC), de Barreiras, na Bahia, e o 2º Batalhão Ferroviário, de Araguari, em Minas Gerais.
Viagem à Fiol – Em visita ao canteiro de obras na semana passada, Tarcísio de Freitas anunciou que o Exército iria assumir parte das obras da Fiol. O ministro visitou trechos do empreendimento junto ao secretário Executivo da pasta, Marcelo Sampaio, e o diretor-presidente da Valec Engenharia, André Kuhn, acompanhado por técnicos das instituições.
A Fiol
A Fiol terá 1527 km de extensão e ligará o futuro porto de Ilhéus (no litoral baiano) a Figueirópolis (em Tocantins), ponto em que se conectará com a Ferrovia Norte Sul. As obras do trecho 1, que liga Ilhéus a Caetité, são as que possuem cronograma mais avançado.
De acordo com o último boletim da Valec, de julho de 2019, este trecho tinha 74% das obras concluídas. Já trecho 2, de Caetité a Barreiras, o percentual concluído atá a mesma data era de 36%. O trecho 3, entre Barreiras e Figueirópolis ainda não saiu do papel.
As obras foram iniciadas em 2013 e tinha o prazo de conclusão para 2016, no entanto, houve muitos contratempos, como problemas com as empresas executoras e corte de recursos por parte do governo.
Em Guanambi, onde está localizado o canteiro de obras do Lote 5, as obras foram incrementadas no final de 2018, no entanto, no segundo semestre de 2019, os recursos deixaram de ser liberados na mesma velocidade e o quadro de trabalhadores foi reduzido à metade.