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Obras da Fiol seguem em ritmo muito lento na Bahia

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As obras de construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) seguem em ritmo lento na Bahia. Enquanto o trecho 1, com 537 quilômetros ligando Ilhéus a Caetité aguarda a liberação do Tribunal de Contas da União (TCU) para ser concedido à iniciativa privada, as obras do trecho 2, com 487 quilômetros, entre Caetité e Barreiras, avançaram muito pouco no último ano.

Iniciada em 2013, a Fiol é considerada uma das maiores obras de infraestrutura em andamento no Brasil. Depois de pronta, terá como missão promover o escoamento de minérios da região Centro-Sul da Bahia (Fiol I) e da produção agrícola da região Oeste(Fiol II), além da integração com a Ferrovia Norte-Sul, no Estado do Tocantins (Fiol III). A Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, empresa estatal ligada ao Ministério da Infraestrutura, é responsável pela gestão da obra.

A esperança do avanço na obra em 2021 está em um acordo com a Vale, que vai destinar R$ 410 milhões ao Ministério da Infraestrutura para a compra de trilhos, material que vai ser usado para conclusão do trecho central de 485 quilômetros da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), entre as cidades de Barreiras e Caetité. A aquisição será feita no início do ano que vem.

O lote 5 avançou pouco mais de 4% nos últimos 12 meses e tem apenas 44,62% de conclusão. Este trecho compreende 162 quilômetros entre Caetité e a ponte sobre o rio São Francisco, no município de Bom Jesus da Lapa. O principal canteiro da obras fica em Guanambi. No ritmo dos últimos 12 meses, seriam necessários pelo menos mais 13 anos para que o trecho chegue a 100% de conclusão.

As obras da Fiol na região tiveram fôlego renovado no segundo semestre de 2018 e seguiram avançando com maior intensidade até julho do ano seguinte, quando os recursos para execução sofreram contingenciamento. No intervalo de aproximadamente um ano, cerca de 16% do serviço foi executado, quase quatro vezes mais do que o executado no período seguinte. Nos dois anos anteriores, as obras ficaram praticamente paradas.

Fonte: Agência Sertão / Valec

Na época, o Consórcio Fiol, responsável pelas obras do lote 5, foi comunicado pela Valec que não deveria abrir novas frentes de trabalho. As obras chegaram a ficar paralisadas por alguns dias e o quadro de operários foi reduzido pela metade. Desde então, todos os esforços foram concentrados em um trecho de 19 quilômetros entre os distritos de Morrinhos (Guanambi) e Brejinho das Ametistas (Caetité). Este é um dos trechos com topografia mais complicada para execução dos serviços.

Apenas uma pequena equipe trabalha na soldagem de trilhos no trecho com dormentes  já lançados entre o distrito de Ceraíma (Guanambi) e o município de Riacho de Santana.

Além do trecho entre Morrinhos e Brejinhos das Ametistas, que ainda não foi completamente aberto, nada foi feito em um trecho de 15 quilômetros entre Morrinhos e Ceraíma. Nesta parte ainda há pendências ambientais e dificuldades naturais como o contorno próximo à barragem de Ceraíma e a proximidade do traçado com a Vila de Ceraíma, onde pode ser necessário a remoção de moradores de suas casas com o avançar das obras.

Outro trecho recebeu apenas serviços preliminares. São os 18 Km no município de Bom Jesus da Lapa até chegar na ponte. No restante da ferrovia com obras já avançadas, ainda é necessária a construção de diversas passagens e pequenas pontes no decorrer dos 100 quilômetros que tem pelo menos a terraplanagem pronta.

Neste lote, até o momento foram empenhados recursos na ordem de R$ 591,126 milhões, sendo que R$ 540,515 milhões já foram liquidados e outros R$ 50,611 estão disponíveis para continuidade da obra. Com o avanço no trecho entre Morrinhos e Brejinho das Ametistas, a expectativa no canteiro é para a abertura de novas frentes de trabalho para que novas contratações sejam feitas ou pelo menos que não se demita mais operários.

Veja também: Dnit concluiu recuperação da BR-030 entre Guanambi e Brumado

Lote 6

Já o lote 6 de obras da Fiol ficou praticamente parado nos últimos 12 meses. Apenas serviços de conservação foram executados no período e somente 13,6% das obras foram concluídas, segundo a Valec. Este trecho começa do lado oposto da ponte sobre o rio São Francisco, no município de Serra do Ramalho, e vai até o município de Correntina.

Para esse lote, a estatal está em tratativas com o exército para que um trecho de 20 quilômetros seja executado pelo 4º Batalhão de Engenharia de Construção (4º BEC), de Barreiras, na Bahia, e pelo 2º Batalhão Ferroviário, de Araguari, em Minas Gerais.

Segundo a Fiol as tratativas com o Exército Brasileiro tiveram iniciativa da própria corporação. O objetivo é promover a retomada da sua participação de forma estratégica na construção de ferrovias no país, uma vez que seus batalhões de construção desde o início da década de 90.

Para o exército, a participação nas obras da Fiol é de suma importância para o treinamento e formação de suas tropas. A partir disso, o Ministério da Infraestrutura direcionou a Valec para realizar estudos sobre a viabilidade dessa parceria mútua, considerando o projeto em andamento da Fiol 2 e as condições contratuais dos lotes em execução.

Um Termo de Execução Descentralizada – TED com o Exército está sendo viabilizado para aumentar a performance do avanço das obras do Lote 6, uma vez que esse trecho tinha menor avanço físico dentre os três atualmente em execução. “Tudo está sendo realizado considerando os ajustes contratuais necessários, em frente de obras distintas, para que transcorra de forma célere e benéfica para a sociedade”, disse a Valec à Agência Sertão.

No trecho, até o momento foram empanhados recursos na ordem de R$ 135,181 milhões e execução de R$ 115,898 milhões, com saldo de R$ 19.282.768,16 para continuidade dos serviços.

Entre os lotes 5 e 6 está o lote 5 FA, único com 100% de conclusão na Fiol 2. Trata-se da ponte sobre o rio São Francisco, maior ponte ferroviária da América do Sul. As obras foram concluídas bem no começo de 2019, mas ainda deve demorar bastante tempo para que as locomotivas e vagões passem sobre a ponte. Na construção da ponte, o investimento foi de R$ 180 milhões.

Lote 7

O Lote 7 foi o que mais avançou nos últimos 12 meses. Em um ano, cerca de 14% dos serviços foram executados. Este trecho começa em Correntina e vai até Barreiras. Nesse lote foram empanhados recursos na ordem de R$ 455,6 milhões, com execução de R$ 388,431 milhões e saldo de R$ 67,169 milhões para continuidade dos serviços.

A Fiol III, lingando Barreiras a Figueirópolis, no Tocantins, ainda não saiu do papel. Os dois trechos terão importância principalmente no escoamento da produção de grãos da  região conhecida como Matopiba.

Transparência

As informações sobre o avanço da Fiol eram atualizadas periodicamente no site da Valec, responsável pela execução da obra, no entanto, a última atualização ocorreu há um ano, no dia 31 de julho de 2019.

Os dados atualizados foram fornecidos pela assessoria de comunicação após pedido formal da Agência Sertão.

A Valec informou ainda que a meta é  do Ministério da Infraestrutura é de avançar com as obras deste trecho para deixar o empreendimento viável para subconcessão em dezembro de 2022.

Fiol I – Ilhéus – Caetité

O Ministério da Infraestrutura planeja licitar a subconcessão da Fiol I ainda em 2020. No entanto, o pleito anda depende de autorização do Tribunal de Contas da União (TCU). A ferrovia será estratégia para escoamento da produção mineral da Bahia Mineração em Caetité de outros usinas minerais da região.

A última atualização da Valec sobre o avanço das obras é do final de julho de 2019. À época, o lote I, entre Ilhéus e Ipiaú está com 29,1% de conclusão. Já o trecho 2F, entre Ipiaú e Barra do Rocha tinha 89,6% de conclusão.

Um dos lotes com obras é concluídas é o 2FA, um túnel com quase 800 metros de comprimento no município de Jequié. Este túnel foi construído durante três anos com investimento de R$ 62 milhões.

O lote 3F, trecho de 115,36 km entre o município de Barra do Rocha e a ponte sobre o Rio de Contas, próximo a Tanhaçu (BA) foi primeiro trecho a ser concluído.  A construção foi executada pelo consórcio Torc/Ivai com a supervisão do consórcio formado pelas empresas Planservi/Hollus e a fiscalização da Valec. (Vídeo gravado em 2018)

o Lote 4F, entre Caetité e Brumado estava com 73,6% das obras concluídas até a última atualização. Desde 2016, quando a Valec reincidiu contrato com o consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Barbosa Mello e Serveng, a obra ficou parada e só no começo de 2019 foi contratada uma empresa para fazer a conservação das obras já concluídas.

 

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