O Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) divulgou nesta sexta-feira (21), os dados refentes a contratações e admissões de trabalhadores formais. Embora o país e o Estado da Bahia tenha retomado a criação de vagas após quatro meses de queda, o município de Brumado entrou no quinto mês consecutivo com saldo negativo na geração de empregos.
Desde março, 1.260 pessoas perderam o emprego no município. Isso significa que 9,15% de todas as vagas existentes em Brumado foram fechadas no período, uma média de 8,4 carteiras assinadas que receberam baixa por dia. Foram 1.204 admissões contra 2.464 demissões.
Nos meses de janeiro e fevereiro, antes da crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus, foram criadas 413 novas vagas. Em relação ao final de 2019, quando foram criadas 1.34 cagas, 847 postos deixaram de existir.
Ao contrário do que ocorreu na maioria das cidades brasileiras nos últimos meses, não foram os setores de comércio e serviços os que mais demitiram. A construção civil foi o setor que mais impactou na oferta de emprego formal em Brumado. Do total de vagas fechadas, 750 deixaram de existir no setor em questão, o que corresponde a 59,5% do total.
A maior parte das demissões, 646, ocorreu em obras de infraestrutura, como construção de parques eólicos, Ferrovia de Integração Oeste-Leste e demais obras públicas concluídas os descontinuadas. As áreas de construção de imóveis e serviços especializados perderam 104 vagas no período.
O setor de serviços foi o segundo mais impactado, com 264 demissões (21%) nos cinco meses em questão. O ramo educacional, especificamente a área voltada para treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial, foi o mais afetado, com 181 demissões. Já o setor de alojamento e alimentação, incluindo bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis e pousadas, tiveram diminuição de 73 vagas no período.
Por fim, o comércio perdeu 140 postos (11%) e o setor industrial perdeu 108 empregados (8,5%). Já o setor agropecuário registrou estabilidade, com a criação de duas novas vagas no período.
O resultado de Brumado até o momento é pior do que os dados registrados nos principais município da região, como Caetité, que teve redução 166 vagas nos últimos meses, mas voltou a criar novos postos em julho, 7 no total.
O cenário brumadense também é pior do que o de Guanambi, onde o salto negativo foi 120, mas com criação de 58 novos postos no mês passado. Por fim, Vitória da Conquista, o principal município da região, também teve retomada no emprego em julho, sendo recriadas 363 novas vagas, mas com saldo negativo de 2.587 nos últimos cinco meses.
Ao contrário de Brumado, as três cidades citadas tiveram as maiores quedas no número de vagas no setor de serviços e comércio.
Bahia
O Estado da Bahia voltou a gerar empregos depois de quatro meses de queda. Foram 3.182 novos postos criados em julho. No entanto, o saldo negativo ainda é de 69.529 vagas nos últimos cinco meses e de 58.987 em todos os meses de 2020. Juntos, os setores de serviço e comércio representam 76,6% das vagas fechadas.
Os setores de construção e indústria representam 14,1% e 13,2% das vagas fechadas respectivamente. A agropecuária é o único setor com alta no número de vagas, foram criadas 2.719 vagas no estado.
Brasil
No Brasil, a trajetória de queda no número de postos formais de trabalho também foi interrompida com a criação de 131.010 vagas em junho. O salto dos últimos cinco meses continua negativo em 1,435 milhão de postos e de 1,092 se for considerado o período de janeiro a julho.
O setor de serviços corresponde a 50% das vagas fechadas, seguindo pelo comércio, com 27%, pela industria, com 20% e pela construção, com 3%. O setor de agropecuária foi o único que contratou mais do que demitiu, sendo criadas quase 64 mil novos postos de trabalho.