O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta terça-feira (15), os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A avaliação mede a qualidade do ensino nas escolas públicas e privadas do país, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, até o último ano do Ensino Médio.
Enquanto escolas de vários municípios da região obtiveram ótimos resultados, no município de Guanambi, 13 das 27 escolas avaliadas em todos os níveis não alcançaram as metas projetadas para o ano de 2019. De modo geral, tanto no Ensino Fundamental (anos finais), de responsabilidade do município, quanto no Ensino Médio, ofertado pelo Estado, a qualidade do ensino ofertado em Guanambi ficou abaixo do esperado.
Nenhuma escola privada de Guanambi alcançou os critérios para receber a avaliação, seja de ensino fundamental ou de ensino médio.
Na média geral, as metas foram alcançadas apenas no anos iniciais do Ensino Fundamental. Nestas séries, o índice do município saltou de 4.9 para 5.2, enquanto a meta era de 5.1. Mesmo assim, o resultado foi menor do que a média do Estado, 5.3, e do que a média nacional, 5.9.
Das 26 escolas municipais com oferta do 1º ao 5º ano, quinze atenderam os critérios para avaliação, as demais não tiveram índices calculados pelo fato do número de participantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) ser insuficiente para que os resultados sejam divulgados ou por não ter participado ou não atender os requisitos necessários para ter o desempenho calculado. Entre todos os 417 municípios do Estado, Guanambi atingiu apenas a 97º melhor posição.
Das quinze escolas avaliadas, apenas oito atingiram a meta estipulada. O melhor resultado foi da Escola Municipal Eudite Donato Vasconcelos, localizada no bairro Bom Jesus. A unidade de ensino conseguiu índice 6.0, pontuação 0.5 maior do que a meta de 5.5. No entanto, a índice da escola caiu em relação a 2017, quando foi de 6.2. Desde 2007 as metas estão sendo alcançadas na escola.
A Escola Municipal Colônia Agrícola de Ceraíma também conquistou bom resultado na avaliação, 5.9, bem mais do que os 4.2 conquistados em 2017 e do que a meta para 2019 que foi de 4.8.
As outras escolas que alcançaram a meta foram – Escola Municipal Vereador Sebastião Moreira Malheiros, Escola Municipal Nilo Coelho, Escola Municipal Vereador João Faria Cotrim, Escola Municipal Emília Mila de Castro, Escola Municipal Pedro Barros Prates e Escola Municipal Nelsa Luzia Teixeira.
Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), a meta do município não foi alcançada. O município conquistou índice 4.2, enquanto a meta era de 4.5. A Bahia também não alcançou a meta, que era de 4.5. O índice do Estado foi de 4.1 e a média nacional foi de 4.9.
Em Guanambi, o resultado obtido em 2019 foi o mesmo obtido em 2017, mostrando que houve estagnação no avanço da melhoria da qualidade do ensino. O resultado alcançado pelo município foi apenas o 100º melhor do Estado.
Das doze escolas com oferta das séries, oito atenderam os critérios de avaliação. Quatro atingiram a meta e outras quatro não. A Escola Municipal José Neves Teixeira, no bairro Aeroporto Velho, teve novamente o melhor resultado, 5.2. O índice conquistado foi superior à meta projetada, que era de 4.9, no entanto, menor do que o índice conquistado em 2017, que foi de 5.3.
O Colônia Agrícola de Ceraíma também conquistou o segundo lugar nos anos finais do fundamental, com Ideb 4.8. A meta era de 4.2 e o índice conquistado em 2017 foi de 3.6. A Escola Pedro Barros Prates, em Mutans, e a Escola Municipal Maria Regina Freitas, no bairro Beija-Flor, também atingiram as metas.
O município também não atingiu a meta para o Ensino Médio entre as escolas estaduais. As escolas de Guanambi atingiram apenas o 243º lugar no Estado, com índice 3.1, bem abaixo da meta planejada que era de 3.9 em 2019 e também menor do que o índice de 2018, que foi de 3.7.
Das cinco escolas estaduais do município, apenas três atenderam os critérios para terem os resultados divulgados. Das três, apenas o Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães atingiu a meta, conquistando o índice 4.8, bem melhor do que os 3.7 atingidos em 2017 e do que a meta de 2019 que era de 3.9.
Outra instituição que teve bom resultado foi o IF Baiano, de vinculação federal. O índice alcançado foi de 5.8. Esta foi a primeira vez que a instituição participa da avaliação, tendo como meta alcançar 6.0 em 2021.
O Ensino Médio tem sido o grande gargalho da educação brasileira. O país registrou índice de 4.2, crescimento de 0.4 pontos em relação a 2017, mas menor do que a meta de 5.0. A Bahia conseguiu melhorar seu índice e saiu da lanterna da qualidade do Ensino Médio, ultrapassando Amapá e Pará, ambos com 3.4, e empatando com o Rio Grande do Norte, com 3.5. Em 2017 o Estado teve índice 3.0.
Licínio de Almeida, Jacaraci e Caculé entre os melhores do Estado
Três municípios da Região de Guanambi conseguiram as melhores notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019 entre os municípios baianos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (15), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O melhor resultado para estudantes do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental foi de Licínio de Almeida. O município atingiu resultado 7.3, índice 0.5 maior do que o registrado em 2017 e 1.7 maior do que a meta do município. O Estado da Bahia atingiu média 5.3 e a média nacional foi de 5.9. O município de Caculé aparece em terceiro, com índice 6.6. Já Jacaraci obteve o oitavo melhor índice, com 6.5.
O melhor resultado em Licínio de Almeida nestas séries foi do Colégio Pingo de Gente, 8.1. O Centro Educacional Boa Esperança e a Escola João XXIII conseguiram índice 7.2.
Já entre os estudantes do 8º e 9º ano, o município de Jacaraci conquistou o melhor resultado, 6.3. Licínio de Almeida vem em segundo lugar, com índice 6.0. Caculé aparece na quinta colocação com 5.2. Jacaraci conseguiu aumentar seu índice em 0.8 pontos em um ano e está 0.5 pontos acima da meta projetada. A média estadual neste ano foi de 4.1 e a média nacional de 5.2.
Nestas séries em Jacaraci, o melhor resultado foi do Centro Educacional Municipal Monsenhor Fernando, com índice de 6.4, seguido pelo Centro de Educação Municipal Wilson David Domingues, com 6.0.
Entre os estudantes do terceiro ano do Ensino Médico, o município baiano com melhor resultado foi Dom Macedo Costa, com índice 4.6. Em seguida aparece novamente o município de Jacaraci, com 4.6, Tanque Novo, também com 4.6, Candiba e Guajeru, ambos com 4.5.
Em todas as sérias avaliadas, outros municípios da região apareceram bem colocados, como Feira da Mata, Brumado, Sebastião Laranjeiras, Condeúba, Ibiassucê, Mortugaba, Malhada de Pedras, Urandi, Riacho de Santana, entre outros.
Ideb 2019
Os avanços da educação do país detectados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o principal índice de educação do país, foram puxados principalmente pela rede pública de ensino, que avançou em todas as etapas de escolarização. A rede privada permaneceu estagnada em duas delas.
Apesar disso, o Brasil cumpriu apenas a meta dos anos iniciais do ensino fundamental, o que torna difícil a conclusão de todos os objetivos ao final do ciclo do Ideb, que termina em 2021. Esse é o primeiro ciclo do Ideb a incluir meses do governo de Jair Bolsonaro. A educação básica, no entanto, é de responsabilidade principal dos estados e dos municípios.
Em comparação com o Ideb 2017, a rede pública avançou em todas as etapas de ensino, diferentemente da rede privada, que ficou estagnada tanto nos anos iniciais do ensino fundamental, com 7,1, quanto nos anos anos finais, com 6,4. O crescimento da nota da rede pública aliado à estagnação das médias da rede privada reduziram a distância de desempenho entre elas em 0,2 ponto em todas as etapas.
Historicamente, os gargalos da educação brasileira começam a se agravar a partir dos anos finais do ensino fundamental. É possível perceber isso também a partir dos dados do Ideb. Enquanto nos anos iniciais da educação básica apenas quatro unidades da federação não alcançaram a meta estabelecida, nos anos finais, o número salta para 20 e chega a 26 no ensino médio.
Ideb
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
O Ideb agrega ao enfoque pedagógico das avaliações em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O índice varia de 0 a 10. A combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema.
O índice também é importante condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade para a educação básica, que tem estabelecido, como meta para 2022, alcançar média 6 – valor que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos países desenvolvidos.