De acordo com o indicador do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, as cidades de Ilhéus, no litoral Sul da Bahia, e Seabra, na Chapada Diamantina, são as melhores localidades do estado para envelhecer.
A cidade de Ilhéus aparece com o melhor Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade e se destaca entre as cidades grandes da Bahia, bem à frente da cidade de Vitória da Conquista e Salvador.
Segundo o site Sudoeste Digital, o IDL da cidade do litoral sul é de 102. Conquista ficou na posição 218 e um dos fatores que mais contribuíram para essa diferença foi a queda brusca na escala de 0 a 100 na saúde. Em 2017 o escore da saúde era de 37, na escala de 0 a 100. Em 2020 caiu para 31, redução de seis pontos que ajudou Ilhéus avançar na dianteira do terceiro maior município da Bahia.
A pior cidade da Bahia, entre as incluídas no estudo, é Camaçari; o município, situado na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ficou com IDL 269. Na Bahia, ao todo, 16 cidades participaram da análise no grupo de cidades maiores, e 58 entre as menores. O ranking é formado a partir do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL).
O indicador destaca que para chegar ao resultado final são consideradas algumas dimensões, a exemplo dos cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação e cultura, além de indicadores gerais de desemprego, expectativa de vida e violência.
Segundo o levantamento, a maior parte das cidades brasileiras que apresentaram melhores condições de vida para idosos está localizada no estado de São Paulo.
Para a pesquisa foram selecionadas as mil cidades mais populosas do Brasil. Para a análise elas foram divididas em dois grupos: as 300 maiores e as 700 menores. Devido a falta de dados disponíveis para as análises comparativas, o número de cidades avaliadas caiu de mil para 876, que foram divididas em 280 cidades maiores e 596 menores, explica reportagem da Agência Brasil.
Entre as menores, Seabra aparece com o melhor indicador e 345 no IDL geral. Seguida por Guanambi (350), Itapetinga (354), Brumado (367), Santo Antônio de Jesus (368), Jacobina (370), Santaluz (372), Livramento de Nossa Senhor (373), Amargosa (378), Senhor do Bonfim (384), Cruz das Almas (385) e Macaúbas (386). Na ultima posição neste grupo aparece Entre Rios com IDL Geral 586.
O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), iniciativa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon que conta com metodologia da Fundação Getulio Vargas, chega à sua segunda edição com 876 municípios analisados, nos quais vivem 160 milhões de brasileiros. A primeira edição, lançada em 2017, analisou 498 cidades.
O objetivo do estudo é apontar, de forma clara e objetiva, os pontos positivos e negativos dessas cidades para que gestores, governantes e representantes da sociedade civil possam pensar em ações efetivas que promovam o aumento da longevidade com qualidade de vida nestas localidades.
Para isso, o IDL 2020 se baseou em 50 indicadores divididos em sete variáveis: Cuidados de Saúde; Bem-Estar; Finanças; Habitação; Cultura e Engajamento; Educação e Trabalho; e Indicadores Gerais. Os resultados mostraram que mais da metade dos municípios analisados não estão adequados para a longevidade de suas populações.
Para o Instituto, o dado é preocupante, visto que a população brasileira passa por um processo de envelhecimento acelerado.
“O papel do IDL é muito além de ser um ranking”, explica Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. “Ele é uma ferramenta prática que contribui diretamente para que os gestores públicos desenvolvam políticas que melhorem a qualidade de vida nas cidades, e para que os empresários identifiquem oportunidades de ofertas de produtos e serviços que atendam a essa mesma demanda. Da mesma forma, é um importante aliado para que a sociedade conheça de forma objetiva a realidade de seus municípios e, com isso, possa escolher melhor os seus próximos representantes, principalmente em um ano de eleição municipal”.
Cidades mais bem colocadas no IDL 2020
Os resultados foram divididos em duas categorias: cidades grandes – aquelas com mais de 100 mil habitantes – e cidades pequenas – com menos de 100 mil habitantes. Entre as grandes, a edição de 2020 do IDL apontou a estreante São Caetano do Sul (SP) como a mais bem preparada para que sua população viva mais e melhor.
Para o diretor do Instituto, isso não significa que o município não tenha desafios a enfrentar, ou que não possa melhorar ainda mais nos pontos em que teve bom desempenho. “Embora ocupe o primeiro lugar da lista, um ponto de atenção para a cidade é a alta concentração de renda”, completa Noya.
De acordo com a análise, o município se destacou nas variáveis Bem-estar, Finanças e Habitação. Vale ainda ressaltar seu bom desempenho no indicador de estabelecimentos para o condicionamento físico do município e a baixa incidência de população de baixa renda.
Entre as cidades pequenas, o destaque foi para Adamantina, também no estado de São Paulo. Aliás, dos dez municípios mais bem colocados na edição 2020 do IDL, nove são do estado de São Paulo. De acordo com o IDL 2020, a cidade mereceu o título pela elevada quantidade de profissionais de enfermagem e de psicologia na rede de saúde e também por ser uma das dez localidades com menor frequência de homicídios por armas de fogo na lista dos 596 municípios pequenos.