O lago da barragem de Ceraíma voltou a ganhar volume com as recentes chuvas que caíram sobre a região. Segundo dados da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), cerca de 1,2 milhão de metro cúbicos de água entraram no reservatório com as chuvas das últimas semanas.
Em 30 de outubro, Ceraíma tinha 82,1% de sua capacidade e na última sexta-feira (6) o volume chegou a 84,7%. Em Guanambi, o pluviômetro da Agência Sertão, instalado no Centro da cidade, registrou acumulado de 170 mm, considerando os 80 mm registrados em outubro, incluindo um temporal com registro de granizo e mais 90 mm acumulados entre 1º e 6 de novembro.
Com previsões bastante otimistas para os próximos três meses, há a possibilidade da barragem atingir mais uma vez sua capacidade total. Caso isso ocorra antes do fim do período chuvoso, órgãos de Defesa Civil devem ficar atentos para o risco de enchentes.
Em abril deste ano, após chuvas bastante expressivas nas cabeceiras do rio Carnaíba de Dentro e seus afluentes, o reservatório atingiu 100% de capacidade. No entanto, como já estava no fim da temporada chuvosa, o vertimento, ou sangramento como é popularmente falado, foi mínimo. A primeira e única vez que a barragem sangrou foi em 1992. Na ocasião, Guanambi viveu uma das piores enchentes da sua história.
Toda a chuva que caiu entre a primavera de 2019 e o verão e outono de 2020 resultaram no acúmulo de 22,3 milhões de metros cúbicos no reservatório. Atualmente, faltam apenas 7,9 milhões de metros cúbicos de água para chegar aos 100% de capacidade. No início de novembro de 2019, a barragem estava com 60% de capacidade, quase 13 milhões de metros cúbicos a menos do volume atual.
Em termos de nível, houve aumento de 20 centímetros na última medição da Codevasf. Para alcançar o vertedouro ainda falta 1,82 metros.
Mesmo com a reativação do Perímetro Irrigado de Ceraíma há pouco mais de um ano, a barragem permaneceu com volume de água considerável no período seco. Além da agricultura, as águas de Ceraíma abastece comunidades vizinhas e complementa o Sistema Adutor do Algodão.
A expectativa é de que o volume continue subindo nas próximas semanas, já que há possibilidade de chuvas a partir do próximo domingo (15).
Os modelos meteorológicos apontam para alta probabilidade de formação de uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), com chuvas expressivas principalmente na em Minas Gerais e demais estados da Região Sudeste, além de áreas do Centro-Oeste, Norte e Sul do País. Para a Bahia as chuvas devem atingir com maior intensidade a faixa da divisa com Minas Gerais, principalmente o Sul-baiano.
Poço do Magro, Estreito e Cova da Mandioca
Na barragem do Poço do Magro, também em Guanambi, o volume ficou estável em 46,6% na última semana, depois de várias semanas de diminuição do nível.
No município de Urandi, a barragem do estreito ganhou cerca de 600 mil metros cúbicos, estando sua capacidade em 22%. Já a barragem de Cova da Mandioca ainda não iniciou a recuperação, estando no momento com 7% de sua capacidade.