São muito boas as previsões de chuva para quase todo o estado da Bahia nas próximas semanas, principalmente nas regiões Centro-Sul, Oeste e Sul. Na região de Guanambi, de acordo com análises meteorológicas de longo prazo, as condições de chuva devem permanecer por até 25 dias, com intervalos curtos de dias sem precipitação. O mesmo pode ocorrer na região de Vitória da Conquista e em todo o extremo Sul do Estado.
Uma segunda Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) começa a se formar no continente, canalizando a umidade de norte a sudeste, levando muita chuva para as regiões Sudeste, Centro Oeste e boa parte do Nordeste.
Já a partir desta quinta-feira (12), a chuva começa a se intensificar em uma faixa que vai do Distrito Federal, passando por áreas centrais e do Sul de Minas, Rio de Janeiro e em grande parte de São Paulo. A partir de domingo (15), aumenta a probabilidade de chuvas também nas regiões mais ao Norte de Minas e em toda a faixa de divisa com a Bahia.
No decorrer da semana, a chuva avança pelo interior do Nordeste, atingindo praticamente todo o território baiano. No restante da região, somente no interior do Ceará e do Rio Grande do Norte não deve ocorrer chuvas nos próximos dez dias.
Por conta da intensificação do La Ninã, os meteorologistas estão prevendo que a precipitação ficará acima da média histórica no leste do Nordeste e em boa parte da Bahia. Os efeitos do fenômeno já estão sendo sentidos em boa parte da Bahia, com chuvas históricas, como a que caiu no início do mês em Irecê, no Centro-Norte do Estado, e acumulados de mais de 200 mm nas últimas semanas várias regiões.
Desde o fim da onda de calor no início de outubro, as condições para chuvas em algumas regiões foram influenciadas por fenômenos climáticos quase sequenciais. Primeiro ocorreram temporais isolados em várias regiões, depois de alguns dias sem chuva, os efeitos de um ciclone subtropical fizeram chover novamente, principalmente no sul do estado. Nos primeiros dias de novembro, a primeira ZACS trouxe chuvas acima da média para o centro do Estado. Agora, pouco mais de uma semana após o início da estiagem, a segunda ZACS já traz expectativa de bastante chuva.
Os efeitos podem durar por até 10 dias e uma terceira formação pode ocorrer nos primeiros dias de dezembro, fazendo estender o tempo chuvoso por semanas em algumas localidades.
Chuva acima da média na primavera
Em Guanambi, a temporada chuvosa já tem acumulado de 170 mm, considerando os 80 mm registrados em outubro, incluindo um temporal com registro de granizo e mais 90 mm acumulados entre 1º e 6 de novembro. Os dados são do pluviômetro da Agência Sertão, instalado no Centro de Guanambi.
As primeiras chuvas já foram suficientes para alterar o volume de água armazenada nos reservatórios da região. Em Ceraíma entrou mais de 1,2 milhão de metros cúbicos de água, chegando a 84,5% de sua capacidade. Já em Poço do Magro, o volume ficou estável em 46,6% na última semana, depois de várias semanas de diminuição do nível. No município de Urandi, a barragem do estreito ganhou cerca de 600 mil metros cúbicos, estando sua capacidade em 22%. Já a barragem de Cova da Mandioca ainda não iniciou a recuperação, estando no momento com 7% de sua capacidade.
Já em Vitória da Conquista, o acumulado da temporada é de 200 mm, sendo 96 mm em outubro, incluindo um temporal com alagamentos no dia 31 e mais 104 mm na primeira semana de novembro. Os dados são da Estação Meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instalada no Campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Previsão para o Nordeste (Canal Rural)
Mesmo sob fenômeno La Niña moderado, nem todo o Nordeste receberá chuva acima da média histórica no trimestre novembro-dezembro-janeiro. A faixa norte receberá menos chuva do que o normal. A precipitação ficará acima da média histórica no leste da região e em boa parte da Bahia. A má distribuição da precipitação repercutirá na temperatura, com calor acima do normal no norte do Nordeste e temperatura mais baixa na Bahia.
Especificamente em novembro, a precipitação acima da média histórica será observada no sudoeste, oeste e litoral da Bahia e entre Sergipe e o leste de Pernambuco. Por outro lado, o mês será menos chuvoso do que o normal em boa parte do Maranhão e Piauí.
Nos primeiros cinco dias de novembro, há previsão de acumulados elevados na Bahia e no centro e sul dos Estados do Piauí e Maranhão. Mas nos dois últimos estados, o segundo evento significativo acontecerá somente nos últimos dias de novembro. Daí o desvio negativo de precipitação previsto para o mês.
O calor permanecerá acima da média histórica no Maranhão e no Piauí, mas a temperatura ficará abaixo da média histórica na Bahia, especialmente no sul do estado.
Em dezembro, boa parte do Nordeste receberá chuva acima da média, com destaque para acumulado até 100 mm mais elevado do que o normal no extremo sul, resultando em acumulado absoluto próximo de 300 mm. Entre o leste do Piauí e a costa leste da região, choverá entre a média e abaixo da média.
A temperatura permanecerá mais baixa do que o normal no sul da Bahia. Já entre o Maranhão e Ceará, mesmo com precipitações mais intensas, a temperatura ficará mais elevada do que a média histórica.
Em janeiro, espera-se um padrão semelhante ao de dezembro com precipitação acima da média no oeste da Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e costa leste do Nordeste. Por outro lado, ao longo de todo o litoral da Bahia e no sertão de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, a chuva ficará abaixo da média.
O calor acima do normal será percebido na maior parte da região, indicando que a chuva, mesmo acima do normal, acontecerá na forma de pancadas. Não há previsão de grandes invernadas. Somente no oeste do Maranhão, a chuva será mais persistente e a temperatura ficará abaixo da média histórica.
Entre fevereiro e abril, a atmosfera continuará respondendo como La Niña, mas não será suficiente para chuva acima da média em todo o Nordeste. Todo o leste da região e áreas do vale do São Francisco da Bahia receberão menos chuva que o normal. A precipitação acima da média será vista na costa do Ceará, norte do Piauí, Maranhão e algumas áreas do oeste e sul da Bahia.
O trimestre será caracterizado por temperatura próxima da média histórica. Somente o vale do São Francisco permanecerá sob calor no período.