Polícia de Vitória da Conquista registra média de 30 casos de golpes de venda de veículos por mês

Delegacia de furtos e roubos de Vitória da Conquista | foto: Blog do Sena

A Delegacia de Furtos e Roubos de Vitória da Conquista, cidade do sudoeste da Bahia, registrou nos últimos meses uma média de 30 casos de golpes cometidos por estelionatários.

Um empresário, que preferiu não revelar a identidade, quase caiu na conversa de um estelionatário, que propôs a transferência do veículo antes do pagamento. Ele conta que o começo da conversa foi normal e que o suspeito parecia alguém querendo comprar o carro dele.

“Ele pergunta detalhes do carro, se o carro foi batido, se não foi, se foi emplacado, se é o primeiro dono, segundo dono, quilometragem, se tem desconto, qual o menor preço à vista, e aí ele vai fazendo muitas perguntas de modo que você realmente ache que é uma pessoa que está interessada em comprar”, contou o empresário.

Mas depois de pedir todas as informações, o rumo da conversa mudou. No fechamento da compra do carro, o suspeito fez um pedido inesperado, disse que iria comprar o carro pra pagar uma dívida.

“Chegou um ponto que ele fala que gostou do carro, que vai ficar com carro, só que o seguinte: ‘Eu tenho um sócio, eu tinha uma sociedade, a gente reator essa sociedade e eu fiquei com a dívida com meu sócio. Eu tenho que pagar uma continha para ele, eu estou vendo o seguinte, eu mandei essas fotos do seu carro para ele e aí ele disse que gostou do carro e eu tenho condição de passar o meu carro por um valor mais alto para ele e eu te pago o que você está pedindo. Você me ajuda, eu economizo e não tem problema nenhum, porque eu vou pagar o carro de qualquer forma’, explicou como foi o golpe.

O empresário não caiu no golpe, porque percebeu a tempo. Ele começou a anunciar a venda do carro a dez dias em um site de vendas e cinco pessoas já tentaram dar o golpe nele.

“Ele pediu: ‘Vamos marcar logo cedo amanhã e eu já te pago’. Aí eu falei: ‘Moço, se a gente marcar 8h na porta do cartório para transferir, você vai transferir o dinheiro para mim como, se o banco 8h nem está aberto? Você não vai conseguir fazer um TED nesse valor ou você vai me pagar esse valor todo em espécie?’ E ele completou: ‘Não, não, eu tenho como pagar’. Aí eu falei: ‘Moço, esse negócio não está muito certo”.

Segundo o delegado Nei Brito, pelo menos um caso é registrado por dia na Delegacia de Furtos e Roubos, uma média de 30 casos por mês.

“Uma pessoa que no momento está em outro estado, em outra localidade, na maioria das vezes consegue um DDD 77 e engana duas pessoas aqui da região da cidade de Vitória da conquista e faz com que seja feito um depósito em nome de terceiros e a outra pessoa naturalmente faz a transferência do veículo sem consultar e verificar se o dinheiro realmente caiu na conta”, contou o delegado.

O delegado explica ainda que é preciso ficar atento e não fazer transferência bancária sem ter certeza de que o negócio é seguro.

“Essa é a primeira formação. A segunda quando você receber o dinheiro na sua conta (o depósito) você só faz a transferência do veículo depois que confirmar realmente com o banco que [o dinheiro] entrou em conta, porque eles enviam aqueles recibos falsos, são falsos depósitos”, concluiu.

* Via G1

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