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Hipertensão Arterial e Diabetes estão relacionadas à maioria das mortes por Covid-19 em Guanambi

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Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica são as comorbidades mais comuns entre as vítimas da Covid-19 em Guanambi. Dos 40 óbitos registrados na cidade, até o momento, 13 vítimas possuíam Diabetes Mellitus e 26 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Dessas, pelo menos 9 apresentaram as duas comorbidades associadas.

Cerca de 31 pacientes guanambienses (77,5% do total) que vieram a óbito em decorrência da Covid-19, possuíam no mínimo uma das duas comorbidades. Com apenas Hipertensão Arterial Sistêmica, foram 15 vítimas (37,5% do total) e 4 com Diabetes Mellitus, sem associação de outras doenças.

A título de comparação de recorrência, as cinco últimas vítimas da doença eram portadoras da HAS, sendo três com apenas a referida comorbidade e uma com a HAS associada a Diabetes Mellitus e outra a obesidade.

Além dessas, havia presença de comorbidades distintas em algumas vítimas da Covid-19, em Guanambi, como – Neuropatia – Anóxia Perinatal e Paralisia Cerebral, Neurologia, Doença de Alzheimer, Doença Renal Crônica, Anemia, Obesidade, Doença Cardiovascular Crônica, Insuficiência Renal Crônica e Doença Cardíaca.

Lembrando que algumas dessas vítimas possuíam uma das respectivas comorbidades associadas a outras doenças, como foi o caso do 12º óbito registrado no município – um senhor de 74 anos, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes e Doença Cardíaca.

Apenas quatro pacientes guanambienses que vieram a óbito, por complicações da Covid-19, não possuíam comorbidades, no entanto, um desses era ex-tabagista.

Perguntada pela reportagem, a secretária municipal de saúde, Roberta Mota, pontuou que os dados confirmam a relação dessas comorbidades com os óbitos, sobretudo a HAS e a Diabetes Mellitus.

Letalidade da Covid-19 em pessoas com mais de 60 anos

A letalidade da doença no município vem sendo ainda maior em pessoas com mais de 60 anos de idade. Do total de vítimas (40), pelo menos 29 (72,5%) tinha 60 anos ou mais e 11 (27,5%) tinham menos de 60 anos.

Dentre essas mortes, 14 pacientes (35%) era do sexo feminino e 26 (65%) do sexo masculino. A média de idade das mulheres é de 73 anos, incluindo uma criança de 5 anos (a mais jovem), portadora de Neuropatia (Anóxia Perinatal e Paralisia Cerebral). A média de idade dos homens é de 67 anos. Dos 26 homens, 9 tinham menos de 60 anos, dentre eles um jovem de 26, com síndrome de Down.

Embora os homens representem a maior parte das mortes, são as mulheres as mais infectadas até o momento. Do total de 4.991 casos da Covid-19 em Guanambi, 2.637 (52,8%) foram em mulheres e 2.354 (47,2%) em homens. A taxa de letalidade entre as mulheres é de 0,53%, enquanto a dos homens é mais do que o dobro, 1,1%. Isso significa que a cada 90 homens infectados pela doença, um vem a óbito.

A taxa de mortalidade em decorrência da Covid-19 no município de Guanambi é de 47 óbitos por 100 mil habitantes. A Taxa do Brasil é de 142 óbitos por 100 mil habitantes e da Bahia de 96,5.

Sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).

Ainda conforme o órgão, a pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.  A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.

O MS pontua que o problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo como – fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, elevado consumo de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física.

Sobre a Diabetes Mellitus

Segundo o Ministério da Saúde (MS), Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.

Conforme o órgão, a insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose(açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo.

O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.

O MS destaca que a melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

Pontua ainda que a causa do tipo de diabetes ainda é desconhecida e a melhor forma de preveni-la é com práticas de vida saudáveis (alimentação, atividades físicas e evitando álcool, tabaco e outras drogas).

De acordo com a médica endocrinologista, Thaís Oliveira, estudos recentes indicam que as elevações da glicemia estão associadas a uma intensa resposta inflamatória, alterações da imunidade e hipercoagulabilidade (aumento da chance de formação de trombos nos vasos), resultando em formas mais graves da COVID-19.

Oliveira ressaltou que pacientes diabéticos e obesos possuem ainda mais inflamação, o que aumenta também a gravidade do quadro.

Ainda conforme a médica, para os diabéticos que já estão contaminados pela COVID-19 é de suma importância o controle rígido da glicemia, pois isso limita a replicação do vírus (menos multiplicação, menor carga viral), encurtando o tempo de duração da doença, e, consequentemente, reduzindo a ocorrência de complicações mais graves.

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