Os 537 quilômetros de extensão do primeiro trecho da Ferrovia e Integração Oeste-Leste (Fiol), foram arrematados pela Bahia Mineração, pelo valor de outorga de R$ 32,73 milhões. O leilão foi realizado nesta quinta-feira (8).
O trecho arrematado ligará Ilhéus, no Sul Baiano, a Caetité, no Centro Sul do Estado. Sua principal função será o transporte da produção do minério da mina Pedra de Ferro, em Caetité, até o Porto Sul, complexo portuário que será construído pela Bamin. Com isso, a empresa irá concentrar a exploração do minério, além do transporte ferroviário e naval.
A empresa será responsável por concluir as obras, hoje com cerca de 75% de conclusão. A concessão é de 35 anos, totalizando R$ 3,3 bilhões de investimentos. Desse total, R$ 1,6 bilhão será utilizado para a finalização do trecho.
O traçado da Fiol 1 atravessa os municípios de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité.
O segundo trecho, de Caetité a Barreiras, no Oeste do Estado, ainda está com menos de 50% de conclusão, com obras em ritmo lento. A operação deste trecho deve facilitar o escoamento de grãos das regiões produtoras da Matopiba. Já o terceiro e último trecho, de Barreiras a Figueirópolis, no Tocantins, fazendo ligação com a Ferrovia Norte Sul, ainda não saiu do papel.
O Ministério da Infraestrutura afirma que a expectativa é a de que o trecho comece a operar em 2025, com previsão de transportar mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e o minério de ferro produzido na região de Caetité. Esse deve dobrar em dez anos, e chegar a marca de 50 milhões de toneladas, em 2035, sendo a maior parte o transporte de minério de ferro.
A operação inicial deve iniciar com 16 locomotivas e mais de 1,4 mil vagões, sendo 1,1 mil deles destinados apenas para o escoamento de minério de ferro. Também dentro do prazo de 10 anos, segundo o Ministério, serão 34 locomotivas e 2,6 mil vagões, em 2035.
Em Guanambi, o projeto da Bamin gera desconfiança na população, pois os rejeitos da mineração ficarão na direção do município. A deputada Ivana Bastos (PSD) informou no início da semana que a empresa mudou o projeto para uma barragem com armazenamento de rejeito a seco. No entanto, a Bamin ainda não apresentou o novo projeto à população e nem se manifestou à imprensa.