A pandemia de covid-19 reconfigurou muitas das atividades cotidianas das empresas e das famílias. O impacto dessas mudanças é ainda mais forte sobre as mães, sobretudo aquelas trabalhando em home office. Às responsabilidades do trabalho, somam-se as atividades domésticas e o cuidado com os filhos, compulsoriamente delegados às mulheres.
De acordo com dados divulgados em 2019 pelo IBGE, 92,2% das mulheres afirmaram realizar trabalhos domésticos, identificados na pesquisa como “outras formas de trabalho”. A suspensão das aulas presenciais nas redes pública e privada também obrigou as mães, principalmente aquelas com crianças pequenas, a responsabilidade de acompanhar ainda mais de perto as atividades escolares dos filhos.
Mayane Moura, docente do curso de Odontologia da UniFG, passou pelo desafio de dar à luz seu primeiro filho durante a pandemia. Para a professora, a nova realidade foi transformadora: “Você vai entender que mais se aprende do que se ensina, e aprender tanto sobre você, que talvez não se reconheça mais, a velha você fica para trás e surge a versão mais corajosa, mais determinada e mais forte”.
Após o fim da licença maternidade, a mãe de primeira viagem teve que encarar um novo desafio: ministrar aulas à distância e conciliar a rotina acadêmica com as demandas do bebê. Diante de tantos desafios, Mayane precisou se desdobrar para cumprir suas tarefas. “O mais impressionante é que você vai dar conta! Não de tudo, é claro, mas sim de tudo aquilo que é fundamental, porque vai aprender a escolher o que realmente importa e é prioridade para você ser mãe”.
Aprender a reconhecer seus limites é o conselho que a psicóloga e professora Miriã Lima dá às mães, sobretudo nesse momento. “Em meio às inseguranças como a perda de emprego, risco de adoecimento, perdas de amigos e familiares, impactos econômicos, muitas mães tiveram sua saúde mental afetada e mesmo assim, se sentiram no dever de se mostrar fortes diante dos filhos, colegas de trabalho e demais pessoas. Vimos mães que dentro dos seus limites tentaram se reinventar, admitir suas fragilidades e procurar suporte”.
De acordo com a psicóloga, é importante que as mães não tentem bancar a “super-mãe”, aquela que faz de tudo, mesmo com toda a pressão social que existe sobre elas. “Não tenha receio em assumir suas vulnerabilidades, reconhecer sua humanidade, seus limites e potencialidades”. Nesse momento, é fundamental abrir-se ao diálogo com as pessoas próximas. “Converse sobre seus sentimentos, crie espaços de trocas entre amigas, e se necessário busque suporte psicológico. Ser mãe é ser forte, mas é também ser frágil, é cuidar do outro e também cuidar de si”.
Para dar suporte às mães, o Serviço de Psicologia da UniFG tem oferecido um importante serviço de auxílio psicológico, através do atendimento remoto. Os agendamentos devem ser feitos pelo WhatsApp, através do número (77) 98814-5783.
*Texto da Ascom/UniFG