A queda nas temperaturas registradas no início da semana indica o fim definitivo do período chuvoso no semiárido baiano. No início da manhã desta terça-feira (11), a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizada no aeroporto e Guanambi, registrou mínima de 17,7º, com sensação térmica de 14ºC.
O frio começa a chegar aos poucos após uma temporada chuvosa com chuvas bem distribuídas e com volume acumulado acima da média. Entre outubro de 2020 e abril de 2021, o acumulado em Guanambi foi de 857 mm, registrados no pluviômetro da Agência Sertão, no Centro da cidade.
Este volume é o terceiro maior desde 1992, quando foram registrados 1.210 mm, causando enchentes históricas no município. O segundo maior registro foi em 2008, quando choveu cerca de 1.030 mm. A quarta maior marca até então foi registrada no fim da temporada chuvosa terminada em abril de 2020, quando foram registrados 815 mm.
Ao contrário da temporada chuvosa passada, quando os maiores volumes foram registrados entre janeiro e abril, a temporada que se finda teve chuvas mais distribuídas, com maiores volumes em novembro e fevereiro, com 216 mm e 313 mm respectivamente. Já os meses de dezembro e março, com 50 mm e 20 mm.
No mês de abril foram registrados 103 mm, sendo que 50 mm foram registrados apenas em um temporal, ocorrido entre a noite do dia 21 e a madrugada do dia 22.
Desde outubro, pelo menos em 41 dias houve ocorrência de chuvas em Guanambi, com registros de vários temporais, acompanhados de vendavais e até de chuva de granizo em algumas regiões do município. Mais uma vez, vários problemas estruturais de drenagem das águas pluviais ficaram expostos em pontos da cidade.
Para os próximos dias, a previsão aponta que as temperaturas devem continuar caindo, no entanto, ainda serão registrados algumas tardes mais quentes na cidade, com temperaturas acima de 31ºC.
Veja alguns vídeos dos temporais em Guanambi
Precipitação em Guanambi 2020/2021 – Pluviômetro da Agência Sertão – Centro | |
Mês | Precipitação |
out/20 | 70 |
nov/20 | 216 |
dez/20 | 50 |
jan/21 | 86 |
fev/21 | 313 |
mar/21 | 20 |
abr/21 | 103 |
Total | 858 |
Barragens
Mesmo com mais chuvas em relação à temporada passada, os volumes dos lagos barragens de Guanambi são menores do que os medidos na mesma época do ano passado. Isso ocorreu pelo maior espaçamento entre as chuvas em relação ao ano anterior, quando Ceraíma chegou a 100% da capacidade e Poço do Magro a 69%.
Este ano, Ceraíma termina o ciclo chuvoso com quase 84% do volume total e Poço do Magro com menos de 42%. As medições foram realizadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Em Urandi, as barragens de Estreito e Cova da Mandioca estão com volumes bem abaixo do desejável para a época do ano, 35% e 5% respectivamente.
Volume das barragens em 7 de maio de 2020
Ceraíma – 42,055 milhões de metros cúbicos (84%)
Poço do Magro – 15,415 milhões de metros cúbicos (42%)
Estreio (Urandi) – 22,5 milhões de metros cúbicos (35%)
Cova da Mandioca (Urandi) – 6,812 milhões de metros cúbicos (5%).