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Maratona Territórios do Brasil divulga projetos vencedores

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A sustentabilidade e a tecnologia nortearam o trabalho das 88 equipes que participaram da Maratona Territórios do Brasil. O resultado desse evento de democratização da inovação foi visto nos projetos vencedores, que apresentaram soluções para problemas reais, que envolvem o combate ao desperdício de alimentos, a valorização de culturas locais e o uso de práticas que preservam o meio ambiente e ajudam o pequeno agricultor.

Com mais de 1.100 participantes e 200 mentores, o evento reuniu nos dias 21, 22 e 23 de maio, alunos do ensino médio e técnico, universitários, professores e profissionais do mercado de todo o Brasil. Em uma plataforma online, eles criaram, em 48 horas, soluções inovadoras para transformar o turismo e a produção rural das regiões Norte e Nordeste.

O resultado foram soluções necessárias, práticas e possíveis de serem implementadas. Para o professor da Universidade de Sergipe/Campus do Sertão e um dos organizadores da maratona, Maycon Reis, os times criaram projetos pensando na sustentabilidade,  demonstrando uma preocupação mundial e urgente. “As equipes trabalharam com essa lógica de seguir a vertente sustentável, promovendo o uso racional e a conservação do meio ambiente e assim, propuseram iniciativas que interligam o crescimento econômico e a preservação dos territórios, foi incrível,” comenta Reis emocionado.

É o exemplo do time do João Luiz Pontes de Araújo, que conquistou o 2º lugar da maratona com o projeto Eco-refrigerador Farmacêutico. “Nós buscamos um problema pertinente que seria a falta de energia elétrica com o problema atual que é a campanha de vacinação contra o coronavírus principalmente nas comunidades remotas da Amazônia Legal”, explica Araújo. O resultado foi um refrigerador sustentável por meio do aproveitamento do potencial energético da energia solar.

A Maratona Territórios do Brasil foi uma realização da Universidade Federal de Sergipe e do Instituto Federal Baiano, com organização da Semana Territorial de Ciência e Tecnologia Norte e Nordeste (STCT), IF Baiano Campus Guanambi, Neagros e Movimento Cacau Chocolate Cultura, além de contar com recursos oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A operação da maratona foi da Panic Lobster, startup especializada na gestão de eventos de inovação e hackathons.

O evento fez parte das ações de continuidade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, começadas em outubro de 2020. Para o professor Lucas Landim do IF Baiano – Campus Guanambi e um dos organizadores do evento, a maratona cumpriu o objetivo de popularizar a ciência. “Tínhamos a missão de congregar territórios, instituições, empresas, aumentar a capilaridade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e fomentar a pesquisa e a experiência tecnológica. E agora, fechamos nosso último propósito de apresentar soluções inovadoras de grande impacto para todos os territórios do Brasil”, afirma Landim.

A jornada de uma maratona de inovação é intensa, são poucos dias para tirar uma ideia do papel e transformá-la em realidade, exige muita disciplina e superação. Para Merice Rocha Nascimento, integrante do time que levou o 1º lugar com o projeto Raízzes, foi uma grande surpresa. Eles criaram uma plataforma de divulgação de serviços e visita guiada, para o turista que busca uma nova experiência ao visitar e conhecer as comunidades quilombolas.

Em uma maratona onde 57,1% dos participantes eram mulheres, este time mostrou a importância da representatividade feminina na educação e na inovação. “Nós somos mulheres, nordestinas, baianas e não podíamos desistir. Foi minha primeira maratona, uma grande surpresa, mas também um grande exemplo de resiliência e comprometimento, criamos algo que nos enche de orgulho”, afirma Merice.

Apesar de ter como foco desafios das regiões Norte e Nordeste, a equipe que ficou em 3º lugar mostra que a maratona Territórios do Brasil foi capaz de movimentar o país inteiro. A maioria dos integrantes é de Santa Catarina, mas o projeto que eles criaram é voltado para demandas do litoral sul baiano, e também pode ser útil em todos os territórios brasileiros. “Criamos um aplicativo para ajudar comunidades produtoras a aumentar o escoamento de seus produtos, fortalecendo a agricultura familiar. Estamos muito felizes com o resultado, ganhamos várias oportunidades para continuar desenvolvendo o nosso projeto”, comemora Julia Santana Vicente, integrante da equipe ‘Cesta’.

O resultado é percebido na qualidade dos projetos, motivo de orgulho para o professor Ivan Pereira do IF Baiano – Campus Uruçuca. Ele afirma que a maratona foi apenas o primeiro passo e garante o compromisso de levar essas boas ideias adiante. “A gente está com material único em mãos e nós vamos replicar isso em feiras de ciências, feiras de inovação que vão acabar sendo a continuidade dessa maratona. Fomos muito além do que a gente tinha como meta e essa valorização da educação e da tecnologia nos enche de orgulho.”

Sentimento que o professor Danilo Souza, da UFS – Campus Sertão compartilha. Ele enfatizou a qualidade de tudo o que foi produzido no evento, que só representa o início de um longo caminho pelo desenvolvimento do país. “A gente vai apresentar as soluções criativas e tecnológicas para contribuir para a expansão de produtos, serviços e processos para os nossos territórios”, finaliza Souza.

Soluções

As três melhores ideias citadas acima compõem um banco de mais de 60 soluções que ficará aberto à consulta e servirá de inspiração para a comunidade.  Clique aqui para acessar o banco com todas as ideias.

As equipes, até a sétima colocação, receberão premiação em dinheiro. Além disso, os primeiros colocados garantiram vaga no StartupBA, programa de aceleração do Sebrae Bahia que vai oferecer mentorias e capacitação por seis meses. Ao todo, a instituição destinou nove vagas para que os participantes da maratona possam acelerar seus negócios.

O programa IF Mais Empreendedor também selecionou 20 projetos para serem acelerados, uma grande oportunidade de estimular as equipes a continuar o desenvolvimento das soluções.

Além da premiação em dinheiro e das vagas no programa de aceleração, os participantes do grupo vencedor receberão uma cesta de Chocolates Morbeck, uma linha de chocolates orgânicos gourmet produzidos pela Fazenda Santa Ana, referência em  turismo rural na Costa do Cacau, na Bahia.

Confira os projetos TOP 7 da maratona!

1º Lugar: Raízzes

Uma plataforma de divulgação de serviços e visita guiada, para o turista que busca uma nova experiência ao visitar e conhecer as comunidades quilombolas. A ideia desse projeto vencedor é a de fomentar o desenvolvimento turístico e cultural dessas comunidades, ao solucionar o problema da falta de acessibilidade e comunicação direta com lideranças quilombolas, e ao auxiliar a monetização dos produtos culturais do quilombo local. Dessa forma, a comunidade é beneficiada pela divulgação da própria cultura e os empresários locais têm a chance de divulgar suas marcas. Assim, a comunidade estará capacitada para abrir e gerenciar seus próprios negócios.

2º Lugar: Eco-refrigerador Farmacêutico

Um refrigerador sustentável para ajudar as comunidades remotas da Amazônia Legal a resolver o problema da falta de energia elétrica e acesso à vacinação por meio do aproveitamento do potencial energético através da energia solar. A finalidade deste projeto é contribuir para o avanço da vacinação no Brasil, melhorando a logística, armazenamento e acondicionamento de vacinas e remédios em geral, especialmente em áreas remotas, onde se encontram populações isoladas sem acesso à energia elétrica.

3º Lugar: Cesta!

Um aplicativo para ajudar comunidades produtoras específicas a aumentar o escoamento de seus produtos. No aplicativo podem se cadastrar produtores, clientes e entregadores. Esta equipe se preocupou com a queda no rendimento dos pequenos agricultores devido à pandemia do coronavírus. A ideia do projeto é fortalecer, com ferramentas tecnológicas, a agricultura familiar, expandir as vendas e valorizar os produtos regionais.

4º Lugar: CCL TuriBike

Um aplicativo para criação e venda de pacotes cicloturísticos, onde comunidades tradicionais desenvolvem suas rotas utilizando sistema de geolocalização para marcação dos circuitos. O objetivo é estimular o turismo comunitário na perspectiva da sustentabilidade, valorização e respeito à história, os saberes e os fazeres das populações tradicionais. A inovação deste projeto está no fato de que a própria comunidade é quem projeta a rota, escolhe os pontos de paradas, oficinas e atividades, assistência ao ciclista, oferece alimentação típica, etc. Uma forma de fortalecer o turismo comunitário.

5º Lugar: Poup Gestão Financeira

Um aplicativo que simplifica a vida do agricultor familiar, com ferramentas direcionadas ao controle do fluxo das atividades. O aplicativo atua como um assistente financeiro, onde o produtor tem acesso a extratos simplificados, estimativas da sua produção, cotação de preços, além de um relatório de produtividade e receita. O agricultor ainda vai ter acesso a um panorama de cotações de preços dos produtos que ele irá ofertar no mercado nos principais centros e localidades próximos a sua propriedade rural.

 Lugar: Jujubelly

Uma Jujuba de mel de cacau à base de goma de pectina extraída de cascas de frutas. Um dos produtos mais saborosos da cadeia produtiva do cacau é o mel. Porém, esse ainda é um produto pouco explorado e valorizado comercialmente. A Jujubelly é uma goma que além de valorizar o mel, utiliza outras partes de frutas que são descartadas na produção de polpa. É um novo produto alimentício que vai ajudar agricultores familiares, pequenos e médios produtores a resolver o problema da subutilização do mel de cacau e dos resíduos vegetais.

7º Lugar: Compcompa!

Uma composteira para fazer com que pequenos abatedouros parem com o descarte inadequado de restos mortais de animais. A Compcompa é facilmente implementada em ambientes pequenos, possui um preço acessível e ajuda a transformar os resíduos sólidos em adubo orgânico de alto valor. Uma proposta que pode trazer lucro aos donos de frigoríficos, e resolver o problema ambiental do descarte inadequado que favorece a formação dos lixões, que aumentam a emissão dos gases de efeito estufa e contaminam o solo e lençóis freáticos.

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