Dois trechos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) foram qualificados no programa de Parceria de Investimentos (PPI), que reúne projetos de concessão do governo federal. A medida foi publicada em decreto da edição desta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União.
Com base no decreto, a decisão contempla os trechos entre Caetité e Barreiras, de 485,4 quilômetros, e de Barreiras à cidade tocantinense de Figueirópolis, onde a via será interligada à Ferrovia Norte-Sul. O trecho entre Caetité à barreiras já está em obras, enquanto a ligação de Barreiras à Tocantins depende de licenças.
A ferrovia terá um total de 1.527 quilômetros (km) de trilhos, ligando o Porto de Ilhéus ao município de Figueirópolis, onde se conectará com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país.
Concessão da Bamin
Em abril, a primeira parte da Fiol foi concedida à Bamin, que investirá R$ 3,3 bilhões nos trilhos de Ilhéus a Caetité. A empresa de mineração também investirá no Porto Sul, que tem participação do governo estadual.
A empresa será responsável por concluir as obras, hoje com cerca de 75% de conclusão. A concessão é de 35 anos e R$ 1,6 bilhão será utilizado para a finalização do trecho.
O traçado da Fiol 1 atravessa os municípios de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité.
O segundo trecho, de Caetité a Barreiras, no Oeste do Estado, ainda está com menos de 50% de conclusão, com obras em ritmo lento. A operação deste trecho deve facilitar o escoamento de grãos das regiões produtoras da Matopiba. Já o terceiro e último trecho, de Barreiras a Figueirópolis, no Tocantins, fazendo ligação com a Ferrovia Norte Sul, ainda não saiu do papel.
O Ministério da Infraestrutura afirma que a expectativa é de que o trecho comece a operar em 2025, com previsão de transportar mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e o minério de ferro produzido na região de Caetité. Esse deve dobrar em dez anos, e chegar a marca de 50 milhões de toneladas, em 2035, sendo a maior parte o transporte de minério de ferro.
A operação inicial deve iniciar com 16 locomotivas e mais de 1,4 mil vagões, sendo 1,1 mil deles destinados apenas para o escoamento do minério de ferro. Também dentro do prazo de 10 anos, segundo o Ministério, serão 34 locomotivas e 2,6 mil vagões, em 2035.