Exames de balística apontam que os policiais militares, mortos a tiros na zona rural de Vitória da Conquista, tentaram se defender durante o ataque. A informação foi divulgada durante coletiva da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), com participação de representantes das polícias Civil e Militar, nesta segunda-feira (19).
Nesta segunda-feira, o secretário estadual de segurança pública, Ricardo Mandarino, o comandante geral da Polícia Militar, Coronel Paulo Coutinho, e a delegada geral da Polícia Civil, Heloísa Campos Brito, foram até Vitória da Conquista para acompanhar as investigações em relação às mortes dos PMs Luciano Libarino Neves, tenente, e Robson Brito de Matos, soldado, que ocorreram na última terça-feira (13).
“Com base na perícia feita no local, ficou claro que os policiais efetuaram os disparos após terem sido atingidos. Um estudo da posição exata em que os policiais estavam mostra que, após eles terem sido surpreendidos, conseguiram sacar as armas, mas infelizmente não foi suficiente para que evitasse o confronto e óbito deles”, comenta Heloísa Campos Brito, delegada geral da Polícia Civil.
De acordo com a polícia, as armas e os celulares dos policiais foram levadas depois da ação. Os celulares foram recuperados, mas as armas ainda não. A polícia diz que seis suspeitos ainda estão foragidos e que a prisão temporária dos envolvidos já foi solicitada.
Segundo o secretário de Segurança Pública da Bahia, os policiais foram cercados por 10 homens que chegaram atirando. “Quem começou atirando foram os ciganos. Um dos policias atirou para se defender depois que recebeu alguns tiros. Houve isso, mas não foi troca de tiros que tenha partido dos policiais, não foi”, diz.
Outro assunto abordado na coletiva foi a denúncia de abuso por parte da polícia em relação às buscas dos envolvidos nas mortes dos polícias. As comunidades ciganas brasileiras e associações publicaram nota para solicitar intervenção do estado.
Os casos de um adolescente que foi baleado em uma farmácia e um carro encontrado queimado com um corpo carbonizado, ambos em Vitória da Conquista, foram usados como exemplo. Ricardo Mandarino, no entanto, acredita que eles podem não ter ligação com a morte dos PMs. “Pode ser que lá na frente a gente descubra que teve alguma relação, não estou dizendo que não tem. Estou dizendo que até agora esses crimes que aconteceram após esse fato lamentável não têm relação nenhuma com o fato da morte dos dois militares que os ciganos mataram”, diz o secretário.
Já comandante geral da PM, coronel Paulo Coutinho, afirma que a PM tem trabalhado com isenção. “A Polícia Militar continuará trabalhando pela proteção da nossa sociedade com tranquilidade, lisura de procedimento e, sobretudo, com isenção para chegar nos autores e, através da Polícia Judiciária, levar à Justiça para serem responsabilizados”, salienta o comandante geral da PM.
Suspeito preso e outros mortos
A Delegacia de Homicídios de Vitória da Conquista apurou que o crime contra os policiais foi cometido por dez pessoas: um pai e nove filhos. Três desses suspeitos morreram em confronto com policiais militares – um dos casos ocorreu na própria cidade e outros dois em Itiruçu.
De acordo com o G1, o homem identificado como sendo pai dos suspeitos, e que também teria participado da ação, está preso. Ele, que foi baleado em uma ação policial na quarta-feira, está custodiado no Hospital de Base da cidade, e já teve prisão preventiva decretada. Os outros seis suspeitos são considerados foragidos.