Avanços e desafios do Sistema de Regulação e Urgência (Surem), da Central de Regulação do Estado Bahia, foram discutidos nesta segunda-feira (2), em mais uma reunião do Fórum Estadual de Regulação, promovida pelo Ministério Público estadual.
Promotores de Justiça, médicos reguladores, representantes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA) e de outras instituições apresentaram e debateram a situação atual da rede de urgência e emergência no estado baiano. O evento foi conduzido pela promotora de Justiça Patrícia Kathy Azevedo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau).
No encontro virtual, o promotor de Justiça Rogério Queiroz chamou atenção para as reviravoltas provocadas pela pandemia da Covid-19 e para áreas de regulação de pacientes que precisam ser aperfeiçoadas, como o atendimento de casos de cirurgia cardiovascular. “Alguns leitos em unidades de referência para esses pacientes foram direcionados para o tratamento da Covid-19. Mas, agora, a realidade está batendo na porta. Temos muitos pacientes que estão necessitando de cirurgia vascular”, alerta.
O promotor de Justiça demonstrou preocupação em relação à possibilidade de novos agravamentos da pandemia em vista da disseminação da variante delta, que tem registrado o aumento de casos de contaminação por Covid-19 na Flórida e na Louisiana, nos Estados Unidos. Para ele, é preciso manter o “sinal amarelo” ligado.
Também foi discutido o fechamento dos serviços de emergência de alguns hospitais do estado, que, além de restringir o acesso ao atendimento de urgência e emergência, pode, segundo o promotor de Justiça, gerar um problema de atendimento pré-hospitalar e aumentar a pressão sob a Central de Regulação.
A reunião também contou com a apresentação do gerente executivo de Atenção às Urgências de Salvador da SMS, Ivan Paiva; da diretora de Regulação da Assistência à Saúde da Sesab, Rita de Cássia Santos, e da diretora de Regulação, Avaliação e Controle da SMS, Daniela Alcântara, que apresentaram dados da evolução dos procedimentos de regulação no estado e na capital. Os palestrantes destacaram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Prontos Atendimentos (PAs) como primeira porta de acesso aos serviços de urgência e emergência, falaram sobre as dificuldades de regulação de pacientes com níveis maiores de complexidade no período pandêmico e da necessidade de garantir que sejam retomados os procedimentos eletivos que ficaram represados durante a pandemia.
Para os gestores, os efeitos da vacina já podem ser sentidos na queda do número de solicitações e atendimentos de regulação no estado. No entanto, surgem preocupações quanto as demais consequências trazidas pela Covid-19 à saúde, a exemplo das sequelas neurológicas.
*Ascom do MP