Um policial militar foi um dos presos na operação que desarticulou uma associação criminosa especializada na importação, transporte e distribuição de cigarros paraguaios. Polícia Federal e Ministério Público Federal cumpriram quatro mandados de prisão em Guanambi na manhã desta terça-feira (17).
De acordo com Flávio Albergaria, delegado chefe da Polícia Federal em Vitória da Conquista, o PM já tem passagens por outro caso de contrabando e trabalhava fazendo a segurança das cargas contrabandeadas. “Ele tinha função de batedor da carga. Ele auxiliava nesse transporte para garantir que a carga chegasse no destino”, disse.
O Tenente Coronel Arthur Mascarenhas, comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar de Guanambi (17ºBPM/Guanambi), informou que o policial deve ser encaminhado ainda nesta terça-feira para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Salvador, onde deve cumprir o mandado de prisão. Ele participou pessoalmente da operação para prender o policial.
O comandante disse ainda que deve ser aberto um processo administrativo investigar a conduta do policial, que tem a patente de cabo. A partir das apurações, a PM irá decidir sobre o futuro do policial.
Em coletiva realizada na sede do MPF de Guanambi, os integrantes da operação informaram que os outros envolvidos com prisão preventiva decretada devem ser enviados para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista após realização de audiência de custódia.
Durante as buscas, foram encontradas armas de fogo, R$ 20 mil e documentação como recibos, notas, planilhas de controle. Cerca de 80 policiais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão. Em Guanambi foram 18 mandados de busca e apreensão e outros quatro de prisão. Também foram feitas buscas em Luís Eduardo Magalhães e Palmas do Monte Alto. Um quinto mandado de prisão em Luís Eduardo Magalhães ainda está em curso.
As investigações estão em curso há cerca de ano. Neste período, foram realizadas apreensões de carretas carregadas de cigarro e constatado o enriquecimento ilícito dos investigados, que não tinham atividade lícita e que justificasse o vultuoso patrimônio e as movimentações bancárias absurdas em suas contas.
Durante o período investigado, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 160.000.000,00 (cento e sessenta milhões de reais) em contas bancárias de pessoas vinculadas à associação criminosa, cuja sede operacional funcionava em Guanambi.
Além das medidas de busca e apreensão e prisão, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens móveis e imóveis em até R$ 42.178.114,50 (quarenta e dois milhões, cento e setenta e oito mil, cento e quatorze reais e cinquenta centavos), tornando-os indisponíveis para alienação e transferência.
A operação foi batizada de Tabapy, em alusão à palavra Tabaco e PY, que é a sigla do país Paraguai, que também é o apelido de um dos suspeitos.