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Conselho realizará debate sobre obra de complexo eólico perto de habitat de arara-azul-de-lear na BA

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O Conselho Regionais de Biologia da 5ª Região – CRBio-05 e da 8ª Região – CRBio-08 vai promover um debate em uma live, nesta quinta-feira (26), sobre a obra de um complexo eólico próximo ao habitat da arara-azul-de-lear, em Canudos, na caatinga baiana.

A discussão vai acontecer às 19h30, com transmissão do canal da entidade. O tema será –  “O Complexo Eólico de Canudos e a conservação da arara-azul-de-lear: como conciliar?”.

A espécie arara-azul-de-lear é classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como ameaçada de extinção, na categoria “Em perigo”.

O debate vai contar com a participação de convidados da Fundação Biodiversitas, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves (ICMBio/CEMAVE), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), do Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA) e da Voltalia Energia do Brasil LTDA, empresa responsável pelo Complexo Eólico.

Segundo o Conselho Regional De Biologia, a ocorrência de colisão de aves com hélices de turbinas eólicas é uma realidade a ser considerada sempre que se planeja a instalação de um parque eólico.

A entidade aponta que por causa a obra, está sendo analisado a situação da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), uma espécie exclusivamente encontrada na caatinga, precisamente na região do Raso da Catarina, no nordeste da Bahia, nos municípios de Canudos, Jeremoabo, Euclides da Cunha, Paulo Afonso e Santa Brígida.

Em julho, a ativista da causa animal, Náthaly Marcon, de 18 anos, criou um abaixo-assinado contra a obra do complexo eólico. Até esta terça-feira (24), a petição contava com mais de 71 mil assinaturas.

O temor do Conselho de Biologia é de que a ave, que tem como hábito diário realizar voos de mais de 50 km e retornar ao local de dormitório em bando, possa sofrer diminuição da sua população ou até extinção com a instalação do Parque Eólico Canudos. O empreendimento terá mais de 80 turbinas no local de habitat do animal.

De acordo com a entidade, as estimativas populacionais realizadas entre 1985 e 1999 indicaram números muito baixos, de 60 na primeira contagem, a 170 na última.

De acordo com o G1, a partir de 2001, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, iniciou um programa de manejo da espécie, incluindo estimativas populacionais periódicas, que apontam hoje para uma população de cerca de 1.500 animais da espécie -azul-de-lear na natureza.

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