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Gilberto Gil foi eleito para compor a Academia Brasileira de Letras

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O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil foi eleito, aos 79 anos, para a Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quinta-feira (11). Ele passará a ocupar a cadeira 20, que ficou vaga após a morte do advogado, escritor e jornalista Murilo Melo Filho, em maio de 2020.

Gil concorreu com o poeta maranhense Salgado Maranhão, autor de 12 livros e compositor de músicas de nomes como Ney Matogrosso, Paulinho da Viola e Elba Ramalho; e com o escritor e crítico literário Ricardo Daunt.

“Muito feliz em ser eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha”, disse Gil, no Instagram.

A escolha do cantor baiano para a ABL acontece pouco tempo depois da atriz Fernanda Montenegro, eleita no último dia 4 deste mês.

Assim como ela, Gil não tem a escrita literária como sua principal atividade, mas é coautor de alguns livros, como “Gilberto Bem Perto”, com Regina Zappa, “Cultura pela Palavra”, com Juca Ferreira, “Disposições Amoráveis”, com Ana de Oliveira, e “O Poético e o Político e Outros Escritos”, com Antonio Risério.

Além disso, ele tem poemas e letras reunidas em outros livros.

Trajetória do cantor 

O soteropolitano Gilberto Gil passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde o pai exercia a medicina, mas começou de fato sua carreira artística em Salvador. Lá, ele se apresentava em escolas e clubes, chegou a compor jingles e escrever músicas para outros grupos.

O sucesso que se seguiria ainda não era certo para o jovem, então ele dividia seu tempo entre os estudos e a música. Em 1965, formou-se em administração na UFBA e chegou a participar de um programa de trainee na multinacional Gessy Lever, atualmente conhecida como Unilever.

Na época, porém, Gil já conhecia parceiros que levaria para o resto da vida, como Caetano Veloso, Vinicius de Morais, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Nana Caymmi e Elis Regina. Ainda nos anos 1960, ele abandonaria a carreira de administrador de empresas e lançaria seu Procissão, seu primeiro single oficial.

A partir daí, sua trajetória artística apenas ascenderia: Gil foi um dos criadores do movimento tropicalista, tornou-se uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira, virou símbolo de resistência contra a ditadura militar, exilou-se do Brasil, fez um retorno triunfal e ganhou prêmios como o Grammy e o Grammy Latino.

Entre álbuns de estúdio, discos gravados ao vivo e compilações, Gil soma mais de 50 CDs lançados, com grandes clássicos da MPB como Tropicalia ou Panis et Circensis, Refazenda, Expresso 2222, Refavela e Realce.

Seu mais recente trabalho de inéditas é OK OK OK, de 2018.

Fora dos palcos, Gil também se notabilizou na política. Foi vereador de Salvador entre 1989 e 1992 pelo então PMDB e ministro da Cultura do governo Lula entre 2003 e 2008 pelo PV, partido ao qual é filiado até hoje. Em 1999, foi nomeado pela Unesco como Artista pela Paz. No âmbito da ONU, foi embaixador para agricultura e alimentação.

Além de ter sido um dos principais defensores da livre circulação de informação na internet.

*Reportagem do Estadão Conteúdo

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