Familiares e amigos de Alcione e Ana Júlia, mãe e filha mortas de forma violenta no último domingo (12), farão uma passeada pelas ruas de Guanambi no próximo sábado (18). Os manifestantes vão se encontrar às 8h no Marco Zero, em frente ao Memorial Casa de Dona Dedé, de onde sairão em caminhada pelas ruas da cidade até a sede da 22º Coordenadoria de Polícia do Interior (22ª Coorpin).
A passeada terá como tema a defesa das mulheres vítimas de violência, o combate ao machismo e a luta pela implantação da Delegacia da Mulher em Guanambi. Familiares das vítimas também pedem o aprofundamento das investigações para saber se o autor do crime realmente agiu sozinho, como disse em sua confissão.
A convocação, divulgada nas redes sociais, também para que as pessoas se vistam com roupas pretas, levem um apito, água, máscara e álcool em gel. Participam do ato, a Procuradoria Especial da Mulher, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (CMDDM), e OAB Mulher.
No início da noite desta quarta-feira (15), um grupo de pessoas se reuniu em frente à delegacia, com presença de familiares das vítimas. Eles foram recebidos pelo coordenador, Delegado Clécio Andrade, que já havia anunciado o afastamento do delegado Rhudson Barcelos do comando do caso e transferido para o delegado titular, Giancarlo Giovane Soares. Outros dois delegados, incluindo uma mulher, formarão uma comissão com o titular para prosseguimento do inquérito.
Na frente da delegacia, Késia Malheiros, irmã de Acione e tia de Ana Júlia, agradeceu o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar e disse esperar que as investigações sejam aprofundadas para se ter certeza que realmente não houve mais pessoas envolvidas nos crimes. “A gente não sabe se tem um solto, a gente não sabe se vai acontecer com outras pessoas”, disse.
Apesar de ter conseguido prender o homem que confessou os crimes em menos de 24 horas após o ato, Barcelos tem sido alvo de muitas críticas pelas falas consideradas machistas dadas durantes coletiva de imprensa na última terça-feira (14). As falas do delegado também não repercutiram bem na Polícia Militar, uma vez que ele minimizou a participação da corporação na resolução do caso.