As fortes chuvas que caíram no município nos últimos dias trouxeram prejuízos para moradias em várias localidades da zona rural de Vitória da Conquista. Apenas no mês de dezembro, em algumas partes da cidade, os pluviômetros oficiais registraram acumulados de 445 mm, como é o caso do bairro Patagônia, onde a medição é feita pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).

Segundo a Defesa Civil Municipal, 114 residências foram atingidas total ou parcialmente. Destas, 55 estão completamente inabitáveis, 18 foram parcialmente destruídas e 24, apesar de habitáveis, necessitam de reparos.

Até o momento, há 122 famílias cadastradas, 94 delas estão acolhidas nos nove abrigos montados pela Prefeitura, onde recebem alimentação, roupas, atendimento médico e socioassistencial, além de inscrição ou atualização do Cadastro Único para regularização de documentação civil e atualização e/ou cadastro para os programas federais como Auxílio Brasil.

Para a reconstrução das moradias, o Governo Municipal busca recursos junto ao Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional e da Secretaria Nacional de Defesa Civil, de acordo com normas relativas a situações de emergência.

Segundo a Prefeitura, neste momento de situação de emergência em que está passando o município de Vitória da Conquista, tem sido de fundamental importância o trabalho desenvolvido pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC). Ela registra as ocorrências recebidas pelo número 199 e está na linha de frente em acessar os locais atingidos.

De acordo com o engenheiro da Defesa Civil, João Gabriel, as ações visam primeiro salvar vidas. Depois vem a questão dos bens materiais com a avaliação dos danos nos imóveis. “Como foram várias áreas atingidas no município por alagamentos provocados por rompimentos de açudes e barragens ou pelas enchentes causadas pela chuva, a Defesa Civil primeiramente atuou em preservar as vidas, direcionando aos abrigos aqueles que não tinham para onde ir após não poderem continuar em suas casas, e os desalojados para as casas de parentes ou amigos”, afirmou Gabriel.

Feita a etapa de preservação das vidas, os engenheiros e equipe técnica estão em campo para fazer a avaliação dos danos nos imóveis. “Assim que foi feita a intervenção permitindo o acesso às edificações afetadas, se iniciou o processo de retorno às localidades, tanto na zona urbana quanto rural”, explicou o engenheiro.

Assim, localidades como o Loteamento Chácaras Guarani, no bairro Lagoa das Flores, ou o povoado Barreiro, no distrito de Cercadinho, ainda receberão a equipe de Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, para cadastro dos estragos e perdas das famílias, para organizar a ação de ajuda social e recuperação do que foi atingido.

Previsão

Deve voltar a chover em Vitória da Conquista após cinco dias de pouca ou nenhuma chuva. No entanto, as previsões apontam que não devem ocorrer grandes temporais pelo menos pelos próximos dez dias. Neste período, o acumulado no município deve variar entre 20 e 50 mm e as chuvas devem ocorrer ao fim desta semana.

A formação de uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) está levando chuvas significativas para várias partes do país. Na Bahia, os maiores volumes devem se concentrar sobre a bacia do rio São Francisco, assim como em Minas Gerais, onde os acumulados podem passar de 200 mm no período.

Operação S.O.S Extremo Sul

Dezenove bombeiros militares do Rio de Janeiro que estavam alojados em Vitória da Conquista contribuindo para a Operação S.O.S Extremo Sul testaram positivo para a Covid-19. Eles seguem em isolamento, sendo acompanhados por equipes de saúde.