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Professor do IFBA Vitória da Conquista lança “livro de memórias” sobre Licínio de Almeida

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no próximo dia 15 de janeiro, às 19h, será lançado o livro “Gado Bravo”, o mais recente livro de João Rodrigues Pinto, professor de Língua Portuguesa e Literatura do Campus Vitória da Conquista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). O lançamento será na Câmara Municipal de Licínio de Almeida, na região de Guanambi.

Gado Bravo é o nome original de Licínio de Almeida, sua terra natal, distante cerca de 750 km de Salvador e localizada na região do Centro-Sul baiano. Todas as histórias são inspiradas em pessoas e fatos da cidade. A obra está dividida em três partes: “Narrativas da Boca do Vento”, que convida o leitor a caminhar pelas ruas de sua infância; “As Algemas de Lucas”, um mosaico narrativo onde a linha tênue entre ficção e realidade se perdem; e, por último, “Entre a Prosa e o Verso”, que ilustra a veia poética do autor.

“O livro não é uma autobiografia, mas fragmentos memorialísticos que dialogam com a prosa e a poesia, em narrativas que convidam o leitor a fazer parte dessa roda literária. Um dedo de prosa e as léguas e pelejas que realizam a nossa existência humana no mundo, mesmo em tempos conturbados e nebulosos, como o atual contexto em que vivemos”, explica João.

João Rodrigues Pinto ensina Língua Portuguesa e Literatura no campus Vitória da Conquista, desde março de 2020. Antes disso, havia atuado no IF Baiano de 2013 a 2018. Como foi transferido durante o início da pandemia, não pôde ter muito contato presencial com a comunidade acadêmica, utilizando-se, assim, da literatura para ajudar na adaptação para o ensino remoto.

Para João, a forma de ensinar se relaciona diretamente com seu dom para a literatura: “O professor escritor nunca deixará de ser um contador de histórias e certamente (por experiência própria), podemos afirmar que, sim, os nossos alunos gostam, e muito, de ouvi-las. Eles sentem falta disso, gostam desse afago na alma e no coração, eis a tônica da pedagogia da amorosidade”, acredita.

Sobre o autor

Tudo começou no quintal dos fundos de casa, durante a sua infância. Foi brincando de imitar as cenas das novelas da TV Tupi que João começou a desenvolver sua criatividade. Depois disso, inspirado por uma professora e por sua juventude no teatro, iniciou sua transição para o que hoje seria de fato: escritor.

O professor escritor nunca deixará de ser um contador de histórias, diz João Rodrigues Pinto
O primeiro livro foi lançado em 1992: Canivete, que traz reflexões sobre a infância perdida, violência doméstica e a marginalização social. A obra foi trabalhada em escolas e faculdades e continua atemporal hoje em dia, devido à sua temática.

Ao longo do tempo, foram publicados diversos outros livros: Cindagorda (1997), Espelho do Tempo (2001), História da Imigração Italiana na Comunidade Santo Antônio (2002), A Dinâmica Textual (2003) e a coleção Novos Talentos (2007), com as obras Nó na Garganta, O Coelho e a Onça e O Chapéu do Lobo.

Para os alunos que desejam um dia se espelhar nele e escrever, o professor aconselha: “É um desafio, mas você nunca deve desistir de acreditar. Mesmo quando as centenas de portas se fecham, quando os livros encalham, quando a crítica é injusta e cruel, quando a mídia ignora, quando as vaias ressoam… Você terá um trunfo que a maioria não tem: o dom de brincar com as palavras, o dom de torná-las vivas, latentes, cortantes”.

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