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Abertura das comportas de Três Marias foi adiada devido ao risco de inundação em cidades cortadas pelo rio São Francisco

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Um dia depois de informar que iria iniciar a abertura das comportas da Hidroelétrica de Três Marias, na região Central de Minas Gerais, a Cemig, responsável pela operação da usina, decidiu nesta terça-feira (11), adiar o vertimento de água devido ao risco de alagamentos nas cidades cortadas pelo rio São Francisco à jusante da barragem. A abertura das comportas estava previsto para ser iniciado nesta quarta-feira (12).

A decisão ocorreu diante da atualização dos cenários de cheias percebidos no início desta semana. De acordo com a empresa, o adiamento permitirá reduzir os impactos de inundação no trecho do Rio São Francisco até a cidade de Pirapora, reduzindo os efeitos de subida do nível que poderiam ser provocados pelo aumento de liberação do reservatório.

O adiamento considera dados atualizados e tem como prioridade a segurança da população da região. A Cemig afirma que as ilhas fluviais do Rio São Francisco já foram evacuadas, pois são impactadas para vazões em patamares menores que os atuais.

Outro ponto ressaltado pela empresa na tomada de decisão é a proteção da obra de restauração do Vapor Benjamim Guimarães, levando em consideração novas informações fornecidas pela Prefeitura de Pirapora.

À 6h desta quarta -feira (12), o volume do reservatório estava em 77, 38%, volume que ainda permite amortecer a chegada das águas das cabeceiras e dos afluentes do Velho Chico pelos cálculos da Cemig. No momento, o lago da barragem da hidroelétrica recebe afluência histórica, de quase 8,5 mil metros cúbicos (m³/s) por segundo.

Já a água que sai das turbinas geradoras de energia se mantem na casa 850 m³/s desde a última segunda, quando foi ampliada a produção devido ao aumento rápido do nível da barragem. Esta vazão representa a geração máxima de energia elétrica, conforme capacidade instalada.

A defluência será mantida nos mesmos patamares até que os níveis dos afluentes até Pirapora reduzam suas vazões. Um vídeo divulgado pela Cemig explica como funciona o controle de vazão na hidroelétrica.

Nível do rio São Francisco

O nível do rio São Francisco continua em elevação até a barragem de Sobradinho na Bahia, e já atingiu a cota de inundação em várias localidades. Comunidades ribeirinhas em todo o curso do rio estão afetadas pela cheia e a água está atingindo lugares onde não chegava há décadas.

Em Pirapora, primeira cidade abaixo da barragem de Três Marias, o nível do rio São Francisco permanece alto, na cota 3,91 metros (m). Desde a última quinta-feira, quando a cota era de 2,67 , o rio subiu 1,24 centímetros. A vazão medida é de 3.380 m³/s.

A título de comparação, em 6 de março de 2020, quando as comportas já estavam abertas naquela última cheia, foi registrado o nível máximo na localidade na ocasião, 3,68 m. Desta vez, mesmo sem as comportas abertas, o nível já é maior por conta da cheia nos afluentes, principalmente no rio Abaeté.

Um morador postou um vídeo na internet mostrando que o rio já saiu de sua calha em alguns pontos da cidade.

O rio das Velhas, que passa pela Região Metropolitana de Belo Horizonte e deságua no rio São Francisco abaixo de Pirapora também está cheio, assim como o Rio Paracatu, que traz águas da região Noroeste do Estado. Com isso, a cheia é ainda maior nas cidades onde o rio já recebeu as águas destes dois afluentes, como o caso de Buritizero, onde o rio atingiu a cota de 9,10 m, e em São Romão, onde o nível está em 8,71 m.

Em São Francisco, o cota chegou a 9,12 metros na madrugada desta quarta-feira, com vazão de 6.420 m³/s. Comparando com a cheia de março de 2020, o rio já está 24 centímetros mais cheio.

Na Bahia, em Bom Jesus da Lapa, o São Francisco também já superou o nível da última cheia e continua em elevação, chegando a 8,29 m na madrugada desta quarta-feira (12). O nível subiu 10 centímetros em relação à madrugada anterior.

Volume de Sobradinho

O volume de armazenamento da Usina Hidroelétrica de Sobradinho chegou a 60,7% nesta terça-feira. A afluência é de 4.700 m³/s e a defluência é de 807 m³/s.

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