Pico da cheia no rio São Francisco vai chegar à Bahia nos próximos três dias

Malhada
Malhada, Bahia | Tiago Marques | Agência Sertão

As águas escoadas das chuvas do início do mês em Minas Gerais estão chegando com maior intensidade na divisa de Minas Gerais com a Bahia nesta quarta-feira (26), de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

O boletim mais recente do órgão aponta que o maior volume de água está passando entre os municípios de Januária e Manga, onde a água já começou a invadir as ruas mais baixas e o nível ainda pode subir mais 40 centímetros nas próximas 96 horas.

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Em Malhada e Carinhanha, primeiros municípios baianos banhados pelo Velho Chico, o nível deve subir mais 35 centímetros no mesmo período, ultrapassando a marca de 8,40 m, a maior desde a cheia de 2007 e mais de 1,30 m a mais do que o registrado na cheia de 2020. Nos dois municípios, muitas comunidades estão isoladas ou precisaram ser removidas de locais mais baixos e ilhas.

Como choveu muito nestes municípios entre o fim de 2021 e início de 2022, muitas lavouras estão alagadas e estradas bastante danificadas. Além disso, o rio avança sobre as lagoas que transbordam sobre as estradas, impedindo o trânsito em alguns locais, como na via que liga a cidade de Malhada ao distrito de Canabrava, onde o trânsito foi interditado por conta do aumento do volume de água.

Foz do rio Carinhanha na divisa de Minas com a Bahia – Foto: Tiago Marques | Agência Sertão

Do lado de Carinhanha, na margem esquerda, a divisa de Minas com a Bahia, formada pelo rio Carinhanha, está com um alagamento quilométrico, com largura maior do que o próprio leito do Velho Chico. Isto acontece por conta dos vasos comunicantes, onde o rio afluente fica com o mesmo nível do rio principal, alagando toda a sua foz.

Em Bom Jesus da Lapa, o nível deve subir mais 10 centímetros segundo o CPRM. Até chegar em Pilão Arcado, último município antes do reservatório de Sobradinho, o pico da cheia deve demorar entre 7 e 8 dias, período onde haverá mais evolução do nível antes da estabilização e diminuição.

Nos municípios onde o nível já começou a baixar, o volume de água continua grande, mas vem caindo com o passar dos dias devido à diminuição das chuvas nas últimas semanas. É o caso da cidade de São Francisco, onde o nível chegou a 10,17 metros (m) na última sexta-feira (21) e recuou para 9,48 m nesta terça-feira (25).

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Na Usina Hidroelétrica de Três Marias, na Região Central de Minas, a vazão continua constante em 3.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) sem previsão de redução. Esperando as próximas chuvas, o reservatório opera com defluência acima da afluência, que continua caindo, chegando a pouco mais de 2.150 m³/s. Com isso, o volume que chegou a quase 94% recuou para 92%, liberando mais espaço para receber as águas das próximas chuvas.

Sobradinho

O reservatório de Sobradinho está com quase 67% de seu volume útil segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). A estatal informou que vai manter a defluência de 4.000 m³/s até o dia 1º de fevereiro, quando será feita uma reavaliação.

A abertura das comportas da hidroelétrica é a maior desde 2007 segundo dados do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

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O aumento da vazão reflete nas cidades da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, onde a cheia do rio está mudando a rotina da população ribeirinha e as paisagens em volta de seu leito.

 

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