Estrutura de escola recém construída em aterro de lagoa desabou na Bahia

Cobertura de quadra de esportes do colégio cedeu nesta sexta-feira - Reprodução | Prefeitura de Matina

Parte da estrutura de uma escola recém construída na cidade de Matina, na Região de Guanambi, começou a desabar antes mesmo de receber os primeiros alunos. A obra custou aos cofres públicos a quantia de R$ 4,5 milhões.

De acordo com a prefeitura local, o desmoronamento começou nesta sexta-feira (28), na quadra de esportes do colégio. Os pilares cederam e a estrutura metálica se retorceu com o peso. Telhas de zinco foram lançadas no meio da lagoa, a uma distância de mais de 50 metros. O barulho causado pelo desmoronamento foi ouvido por moradores do entorno.

Diante da situação, a prefeitura interditou e isolou totalmente o perímetro do prédio e acionou o Conselho Regional de Engenharia (Crea) para que sejam tomadas as providências técnicas de responsabilidade do órgão.

Escola ficou cercada por água após chuvas de dezembro e janeiro antes de desmoronar – Reprodução | Prefeitura de Matina

Desde o início do mês, após as chuvas intensas na região, a escola ficou cercada de água por todos os lados. O aumento da umidade acelerou ainda mais o processo de deterioração da obra e a possibilidade de desmoronamentos como o ocorrido nesta sexta-feira.

Uma nota foi publicada nas redes sociais do executivo municipal explicando a situação e as providências que estão sendo tomadas em relação à escola, além de críticas ao ex-prefeito, Jucélio Fonseca, responsável pela execução da obra em 2020.

Segundo informações da nota, a escola foi construída sobre um aterro dentro da Lago dos Marruás e os recursos foram provenientes de precatórios do antigo Fundef, hoje Fudeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica).

A atual gestão municipal classificou a obra como eleitoreira, por ter sido iniciado no último ano da gestão do ex-prefeito que tentava eleger seu sucessor. O ex-prefeito também é acusado pela prefeitura de construir o colégio em local inapropriado, contrariando apelos feitos por vereadores à época.

A administração municipal também alega que a obra foi paga sem ser concluída ao fim do mandato do ex-prefeito. Pouco tempo depois, a estrutura começou a apresentar fissuras, rachaduras nas paredes, pisos começaram a ceder, a soltar peças e diversas avarias.

Ainda segundo a nota, ao assumir o mantado, a atual prefeita, Olga Cardoso, solicitou aos engenheiros da prefeitura para averiguar a situação do prédio e emitir um relatório. A equipe técnica condenou a edificação e declarou imprópria para sua finalidade que era ser escola. O relatório foi enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Câmara Municipal de Vereadores.

Veja nota da Prefeitura de Matina

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