Uma mulher, moradora de uma rua no bairro Monte Pascoal, em Guanambi, relatou nas redes sociais que sua casa foi alvejada por vários disparos de arma de fogo na madrugada deste sábado (25).
Ela publicou um vídeo mostrando como ficou sua residência após a ação criminosa e acusou policiais militares de serem os responsáveis pelos tiros que atingiram um carro, a janela e as paredes da garagem e de um dos cômodos da casa.
A moradora disse ainda que acredita que os disparos foram uma retaliação de policiais que foram filmados por ela em uma abordagem em frente à sua casa na noite de terça-feira (21). O vídeo inclusive foi compartilhado nas redes sociais, juntamente com as imagens da casa alvejada. (A parte foi cortada da publicação para preservar a identidade dos policiais)
Em resposta às acusações contra os polícias, o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (17ºBPM), emitiu uma nota contestando as informações publicadas pela moradora da residência atingida. Ele disse que a mulher em questão tem várias passagens por tráfico de drogas, tendo ficado por algum tempo presa por esse crime.
O comandante disse ainda que os policiais abordaram um homem que fez uma entrega na casa da mulher, suspeitando que poderia se tratar de drogas. Como nada de ilegal foi encontrado com o indivíduo, ele foi explicado da situação e liberado logo em seguida, momento em que a mulher começou a gravar e xingar os agentes envolvidos na abordagem, que teriam ignorado os xingamentos.
Ele disse também que a PM só soube do caso após a publicação se espalhar pelas redes sociais, e que nenhuma chamada sobre os disparos foi feita ao Centro Integrado de Comunicação (Cicom 190). Já a mulher disse que ligou para a polícia mas não teve resposta. A Polícia Civil também informou à reportagem da Agência Sertão que não registrou nenhuma ocorrência de disparo de arma de fogo.
Por fim, o comandante afirmou que esse tipo de crime, tiros contra residência, geralmente está relacionado a ameaças entre facções ligadas ao tráfico de drogas e que vai apurar o caso e orientar os policiais envolvidos na abordagem a procurar a justiça se ficar comprovado que foram vítimas de calúnia por parte da acusadora.
Já a mulher disse que teve envolvimento com tráfico, mas que atualmente não está envolvida na atividade criminosa e nem tem inimigos que justificassem o ataque à sua casa.
Veja a íntegra da nota do comandante da PM:
Em resposta a uma publicação nas redes sociais na página do Instagram de uma mulher identificada por Iara Guimaraes Freitas, com diversas passagens por tráfico de drogas em Guanambi, responsável pela destruição de diversas famílias desta cidade com o comércio de entorpecentes, na qual acusa policiais militares de terem efetuado disparos em sua residência, o 17º BPM esclarece o seguinte:
Na data 21/02/2023 por volta de 21 horas a Guarnição da Companhia de Emprego Tático Operacional quando em rondas no bairro Monte Pascoal em local conhecido por prática de tráfico de drogas defronte a casa dessa Iara, com vasta passagens pela delegacia pelo crime de tráfico de entorpecentes, foi visto um indivíduo numa moto entregando uma sacola, o que fundamentou uma abordagem.
Neste momento a ex-detenta e traficante contumaz Iara, moradora da residência em frente ao local da abordagem, saiu protestando contra a ação policial, como é de costume fazer, só que os policiais, como o próprio vídeo mostra, não deram importância aos protestos da ex-detenta.
Assim que se findou o procedimento policial foi explicado o motivo da abordagem ao cidadão e o mesmo foi embora.
Já na madrugada do dia 25 de fevereiro (04 dias após o fato da abordagem) a casa da ex detenta foi alvejada por diversos disparos, porém, nenhuma guarnição foi acionada, e nem mesmo houve qualquer solicitação através do 190.
Após este fato dos disparos, Iara em suas redes sociais postou um vídeo no qual coloca em dúvida a atuação dos policiais militares, dando a entender que os disparos teriam sido efetuados pela guarnição de serviço, fato que não procede, visto que os fatos aconteceram em datas totalmente diferentes, o que aliás, esse tipo de ação de disparos em residências é uma prática contumaz de ameaça de grupos rivais, da qual a ex detenta bem conhece, pois sempre esteve envolvida com facções ligadas ao tráfico de drogas e homicídios daqui da cidade de Guanambi.
A Polícia Militar, através do 17º BPM repudia toda e qualquer forma de tentar denegrir a imagem de seus integrantes, que são policiais dignos responsáveis pela maior estabilização de todos os tempos na segurança pública de Guanambi e Região, com controle absoluto no combate ao crime, o que desagrada aqueles que sempre estiveram envolvidos na criminalidade.
Por fim o comando do 17º BPM vai instaurar procedimento para apurar o fato, e após isso, caso a ex-detenta não prove suas acusações, irá orientar os policiais que estiveram envolvidos na abordagem e foram alvos do suposto crime de calúnia a ajuizarem ação criminal, bem como ação cível por reparação de danos morais.
Atenciosamente
Arthur Mascarenhas Fernandes- Ten Cel PM
Comandante do 17º BPM