Vitória da Conquista passou a ofertar a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira cirurgia foi realizada no mês de fevereiro pela equipe médica da Santa Casa de Misericórdia, que foi habilitada pelo Ministério da Saúde.
O tratamento cirúrgico é uma alternativa terapêutica complementar ao tratamento clínico integral da obesidade e demostra ser uma ferramenta eficaz para o tratamento dessa doença e a redução de outras comorbidades secundárias. O cirurgião da Santa Casa responsável pelo procedimento, Alexandre Freitas, explicou que é uma intervenção de redução do estômago, necessária quando a obesidade chega a um nível crítico.
“É uma cirurgia feita para melhorar a qualidade de vida do paciente, com redução de doenças como hipertensão, colesterol, diabetes, apneia do sono”, pontuou o cirurgião, que complementou: “Hoje, a Santa Casa dispõe desse credenciamento, que conseguimos no fim do ano passado, e a nossa cirurgia foi um sucesso. Já fazemos essa cirurgia há muitos anos pelo convênio e particular e, agora, pelo SUS”.
O contrato com a Santa Casa é mantido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Ele foi embasado nos princípios do SUS e com o conhecimento da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) que nos ajudou a consolidar o fluxo desses pacientes. Nós iremos atender não somente os usuários de Vitória da Conquista, mas também os usuários de toda a macrorregião sudoeste e Oeste, desde que sigam os critérios exigidos”, ressaltou Gerald.
Como ter acesso?
Para realizar a cirurgia bariátrica pelo SUS, é necessário atender critérios de indicação, previstos no protocolo de acesso do Ministério da Saúde. Podem ser encaminhados os pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) de 50 Kg/m² e pacientes com IMC 40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico, realizado na Unidade de Saúde da Atenção Básica ou na Atenção Ambulatorial Especializada, documentado por, no mínimo, dois anos.
Além disso, o protocolo também permite a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC > 35 kg/m² e comorbidades, como pessoas com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal, documentada por, no mínimo, dois anos na Atenção Básica.
Para ter acesso à consulta com o cirurgião, é indispensável que a pessoa com indicação para realizar o procedimento tenha o encaminhamento médico feito pelo endocrinologista ou clínico geral, e apresente relatórios que comprovem os atendimentos e acompanhamentos de outros profissionais (médico da Atenção Básica, psicólogo, nutricionista, endocrinologista, gastroenterologista, cardiologista e pneumologista).
O agendamento das consultas especializadas e exames diagnósticos antes da cirurgia são feitos pelo serviço de marcação do município de residência do usuário. Após a cirurgia, o paciente tem o acompanhamento multidisciplinar pela rede municipal de saúde por 18 meses, podendo fazer o encaminhamento para cirurgia plástica posteriormente.