A Bahia registrou em fevereiro exportações no valor de US$ 742,4 milhões, com um crescimento de 22,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, em movimento que é explicado pela retomada em grande escala dos embarques de derivados de petróleo, que registrou incremento de 244% frente a fevereiro de 2022 e de 146,2% frente a janeiro último.
Outro segmento importante para as exportações baianas que mereceu destaque no mês foi o de papel e celulose, que teve em fevereiro um mês bom do ponto de vista de demanda do setor, embora ainda seja cedo para afirmar que haverá uma retomada consistente.
As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A quantidade embarcada da soja, com um recuo de 4,4% em fevereiro e de 23,1% no bimestre, ainda não refletiu a safra estimada para este ano, que embora inferior a de 2022, registrou atraso na colheita, e deve acelerar a partir de março.
O setor químico/petroquímico registrou queda de 12% em suas vendas em fevereiro, totalizando US$ 96,8 milhões, na esteira da redução dos seus preços médios em 16,8% na comparação com o mesmo mês de 2022, preços esses que são lastreados na cotação do petróleo no mercado internacional, que vem tendo viés de baixa.
Também contribuíram para a queda as dificuldades de competitividade do setor com os principais concorrentes nos mercados globais, que têm estabelecido robustas políticas de desenvolvimento industrial, especialmente pós covid-19, via programas de fomento produtivo, de sustentabilidade, entre outras políticas unilateralistas.
No primeiro bimestre, as exportações estaduais foram comandadas pelo quantum, que cresceu 14,5%, contra uma queda média nos preços de 16,7% no período. Com isso, o valor exportado pelo estado até fevereiro teve queda de 4,7%, atingindo US$ 1,47 bilhão. A expectativa é de que no decorrer de 2023 os preços médios de exportação fiquem abaixo dos do ano passado, em razão de bases mais altas de comparação e tendência de acomodação de cotações de commodities em razão da esperada desaceleração da economia global.
Quanto às importações, houve uma melhora do resultado em relação a janeiro, com a também contribuição da quantidade importada, que cresceu 74,2% em relação a de fevereiro de 2022. As compras externas no mês passado alcançaram US$ 723,6 milhões, com incremento de 42,4% ante o mesmo mês do ano passado. Contribuiu para isso, como nas exportações, as compras de combustíveis, principalmente de óleo bruto de petróleo que teve aumento de 170%, às de nafta com aumento de 784% e de fertilizantes que cresceu 227%, todos comparados a fevereiro de 2022.
No bimestre, as importações somaram US$ 1,70 bilhão, com queda de 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado.