O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou, nesta terça-feira (21), a abertura de um inquérito civil para apurar as denúncias de maus-tratos feitas por uma mulher que trabalhava como empregada doméstica em uma residência do bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
A doméstica Gleide das Graças Idalan de Jesus, de 53 anos, diz ter sofrido agressões e ameaças no apartamento onde trabalhava, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O caso é investigado pela Polícia Civil.
O MPT diz que vai investigar a regularidade na relação de trabalho e as alegações de agressões e maus-tratos feitas pela trabalhadora. Afirmou ainda que deverá oficiar a Delegacia Policial onde Gleide foi ouvida, no bairro do Rio Vermelho, para receber uma cópia do inquérito.
Entenda o caso
O caso foi divulgado nesta terça-feira (21), no entanto, aconteceu na última sexta-feira (17). A doméstica contou a reportagem da TV Globo que não trabalhou na quinta-feira (16) por motivos de saúde. Na sexta, ao chegar no apartamento da patroa e vestir o uniforme, encontrou cerca de 300 talheres sujos espalhados pelo chão da cozinha.
Após um embate com a patroa, a doméstica contou que a patroa também pediu para que ela limpasse a porta do quarto filho, porque ela tinha quebrado um copo no local. “Ela ainda disse: ‘Tem um copo quebrado na porta do quarto, quero que você limpe, porque eu meti o copo no meu filho”.
Por causa da falta na quinta-feira, Gleide de Jesus teve R$ 200 descontado do salário. A ausência também fez com que a patroa aumentasse o número de tarefas que a trabalhadora doméstica tinha que fazer na sexta-feira.
A mulher relata ainda que a Patroa e ela discutiram. Na ocasião, a patroa teria jogado óleo de peroba no rosto de Gleide de Jesus, impedido a saída dela do imóvel e a “esmurrado” na área de serviço. “Eu pedia calma e ela me batia. Eu comecei a chorar, perdi a voz e disse que ia chamar a mãe dela. Ela tentou tomar o celular, rachou meu aparelho e quebrou meu óculos”.
Gleide relatou que a patroa foi na cozinha pegar uma faca. Nesse momento, ela teria se trancado no banheiro do imóvel para se proteger. “Comecei a gritar por socorro e uma amiga minha falou: ‘Saia daí. O que foi Gleide?’.
A trabalhadora doméstica contou que lembrou que tinha a chave do apartamento na bolsa. Ela conseguiu deixar o banheiro e fugiu. “As vizinhas chamaram a polícia e me socorreram”.
Até o momento, a patroa não pronunciou sobre o caso. A 7ª delegacia, do bairro do Rio Vermelho, onde o caso é investigado, expediu as guias para os exames periciais e segue investigando o caso.