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Moradores de comunidades em parques eólicos sofrem com poluição sonora e pedem diálogo com governo federal

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Moradores de comunidades situadas no interior de parques eólicos estão enfrentando problemas relacionados à poluição sonora causada pelas torres geradoras de energia eólica. Eles descrevem o ruído como o de uma turbina de avião que nunca desliga. Além do barulho, as torres também afetam o meio ambiente, alteram a vegetação, destroem a flora e provocam a morte de animais. A saúde humana também é afetada, causando um zumbido no ouvido, depressão e medo.

Roselma de Oliveira, moradora de Caetés, em Pernambuco, relata que o barulho afeta a saúde de sua família, causando problemas de alergia, problemas de audição, perda de audição, ansiedade e depressão. Crianças de 8 anos, 9, 5 e 6 anos precisam ser medicadas para dormir e os moradores têm dificuldade em dormir devido ao barulho.

No Brasil, 44% da energia usada é renovável, seja hidrelétrica, solar ou eólica. Isso é mais do que quatro vezes o que usam os países ricos, que dependem, basicamente, de combustível fóssil. A chegada desses empreendimentos causa, de início, grande devastação ambiental, alerta Nevinha Valentim, do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental do Rio Grande do Norte.

Um grupo de afetados pelos aerogeradores esteve em reuniões com o governo federal em Brasília esta semana. Apesar de reconhecer a importância desse tipo de matriz energética, eles querem fazer parte da discussão. O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Iure Paiva defende que seja aberto um diálogo para que as vozes desses moradores sejam ouvidas e que o poder público tome medidas para fiscalizar a situação.

Uma possibilidade apresentada para solucionar o problema é a instalação das chamadas eólicas offshore, que consistem em construir torres de energia em alto-mar. Em março, a Petrobras assinou uma carta de intenções para analisar a viabilidade técnica de instalação dessas eólicas offshore em seis estados. O Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de geração eólica, com mais de 750 parques eólicos em operação no país, com mais de 10 mil torres geradoras.

O desafio agora é aliar a geração de energia com preservação ambiental e proteção social. É preciso adotar um modelo de desenvolvimento de segurança energética centrado nas pessoas, e não apenas na atividade econômica, afirma o professor Iure Paiva. Ainda é necessário um diálogo entre o governo e os moradores afetados para buscar soluções para esse problema que afeta a vida de tantas pessoas.

Com informações da Agência Brasil

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