No dia 29 de abril, o Projeto Logístico Caravelas será lançado no município de Caravelas, litoral-sul da Bahia, marcando mais um passo para o retorno da Ferrovia Bahia-Minas. A assinatura do contrato de adesão e lançamento do marco inicial do projeto será realizado no dia seguinte, às 10h, na praça principal de Ponta de Areia, pela empresa Multimodal Caravelas (MTC).
A empresa já está recebendo propostas para a licitação que contempla o projeto do trajeto, que fará a ligação entre Caravelas e a mineira Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. Segundo Fernando Cabral, consultor da MTC, a previsão é que no máximo em dois meses já seja selecionada a empresa para a próxima etapa, que é a fase do licenciamento ambiental.
A Ferrovia Bahia-Minas contará com 500 quilômetros, passando pelas mesmas cidades da antiga ferrovia criada em 1881, mas com adaptações, já que em muitos casos não tem como a estrada de ferro passar na sede dos municípios como acontecia antigamente. A ferrovia deve ser reconstruída e ter trechos reativados após 57 anos da interrupção, em 1966, por não garantir mais o lucro esperado no transporte de madeira e café.
No entanto, segundo Cabral, o cenário econômico hoje é bem diferente e animador, em especial, no Norte de Minas, com a extração de lítio, elemento utilizado na fabricação de baterias elétricas e considerado estratégico na transição para uma economia de baixo carbono, na qual os carros com motores a combustão seriam substituídos por veículos elétricos. “Para ter ferrovia, é essencial que haja carga para transportar”, frisou o consultor.
Além do transporte de cargas, há a possibilidade de a ferrovia oferecer transporte de passageiros. A MTC recebeu a autorização para a construção e exploração da estrada de ferro pelo prazo de 98 anos e planeja oferecer serviços logísticos que contemplem a estrada de ferro Bahia-Minas, além do porto e aeroporto, em Caravelas. Também está incluída a implantação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
O investimento previsto na ferrovia Bahia-Minas é da ordem de R$ 8 bilhões e deve contar com o suporte de investidores europeus e asiáticos. A perspectiva é de que a fase de projeto e de licenciamento ambiental leve de um a dois anos, concluídas essas etapas, vem a execução.
Com informações do Diário do Comércio