O número de famílias endividadas cresceu no mês passado. A nova Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registra aumento de 0,2% em junho no número de famílias que relataram ter dívidas a vencer.
O índice alcançou 78,5% das famílias brasileiras, maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Desse total, 18,5% das famílias se consideram muito endividadas.
A alta da proporção de endividados interrompe sequência de quatro meses de estabilidade do indicador.
Em contrapartida, a parcela média da renda comprometida com dívidas alcançou aproximadamente 30%, o menor percentual desde setembro de 2020.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, explica que a queda da inflação e o mercado de trabalho foram os responsáveis por essa melhoria da pressão das dívidas na renda, principalmente das classes média e baixa.
No entanto, de acordo com a pesquisadora, esse cenário positivo não tem sido suficiente para reduzir a inadimplência.
O endividamento cresceu em todas as faixas de renda pesquisadas, mas o aumento na proporção de endividados foi maior entre os consumidores com renda de 5 a 10 salários.
Do total de consumidores com dívidas atrasadas, 4 em cada 10 entraram em junho sem condições de pagar os compromissos de meses anteriores, maior proporção desde agosto de 2021.