Entre janeiro e a primeira semana de julho deste ano, a Prefeitura de Vitória da Conquista enviou 406 notificações à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), referentes a danos causados nas superfícies das vias públicas da cidade em razão de intervenções nas redes de água e esgoto.
Entre essas demandas, há casos de extravasamento de poços de visita (PV’s), vazamentos nas redes e ramais, buracos no entorno das tampas dos PV’s e danos diversos causados à pavimentação asfáltica.
Como a manutenção das vias públicas é de responsabilidade do Governo Municipal, que investe na aplicação de asfalto e na manutenção desse pavimento, o trabalho de fiscalização, por parte do Executivo Municipal, também se torna importante, a fim de oferecer uma melhor mobilidade à população.
Isso inclui, também, cuidar para que haja redução dos custos de manutenção e para que o asfalto aplicado nas vias públicas tenha maior tempo de vida útil – o que tende a reduzir a necessidade de novas intervenções para reparos em serviços que já foram concluídos.
Buracos são os danos mais comuns
Das 406 notificações registradas pela Prefeitura, 19% foram respondidas pela Embasa – ou seja, 81% ficaram sem resposta. Segundo dados da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), a média do tempo utilizado pela empresa para fornecer respostas às notificações é de 62,85 dias.
“O que a gente percebe, por mais que haja uma relação muito positiva com os gestores da Embasa em Conquista, é um descaso da empresa com a cidade. Isso vem gerando uma série de prejuízos, principalmente no que diz respeito às vias do município”, observa o secretário municipal de Infraestrutura Urbana, Jackson Yoshiura.
O tipo de dano mais comum, responsável por gerar pelo menos 100 notificações ao longo do primeiro semestre, diz respeito a buracos no entorno dos PV’s. Em seguida, aparecem os casos de danos no pavimento e os vazamentos – cada um sendo a causa de 84 demandas. A lista é completada por 77 casos de obstrução nas redes de esgoto e 59 reposições de tampas de PV’s.
“Na medida em que existe um vazamento, seja ele de água ou esgoto, e claro que estamos falando de algo que está abaixo do pavimento, a água vai encontrar um caminho. E o caminho é causar buracos. Não necessariamente na região onde houve o rompimento da rede, mas isso tem um impacto em diversos metros para a frente de onde aconteceu”, reforça Jackson. “Hoje, temos uma estimativa de que mais de 50% dos buracos gerados no nosso município, são gerados em razão de recomposições mal feitas ou de rompimentos das redes de água e esgoto”.
“Cobrança vai continuar”
Os bairros com maiores incidências de notificações foram o Patagônia, na zona oeste, onde foram identificadas 45 demandas (a maior parte, vazamentos detectados em redes e ramais), e o Candeias, na zona leste, com 44 (onde há predominância dos extravasamentos). O Alto Maron é o terceiro colocado, com 37 notificações – sendo mais comuns os danos no pavimento. O Centro e o Boa Vista dividem o quarto lugar, tendo registrado, cada um, 36 problemas que motivaram a Prefeitura a notificar a Embasa – nesses dois casos, predominam, respectivamente, os danos ao pavimento e os buracos ao redor dos PV’s.
Segundo o titular da Seinfra, o trabalho de fiscalização vai continuar e, se necessário, será reforçado por outros meios. “A gente vem cobrando da Embasa e notificando. Caso a situação perdure, com certeza nós iremos adotar medidas mais drásticas”, informa Jackson.