Com os investimentos realizados pelo Estado nos últimos anos, visando o fortalecimento da agricultura familiar e das populações rurais da Bahia, agricultores(as) que haviam buscado oportunidade em outros centros, voltam a escolher viver em suas comunidades com suas famílias e produzindo, com melhores condições de trabalho, em suas propriedades.
Os recursos vêm sendo destinados pelo Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), à base produtiva, sendo aplicados no serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), implantação ou requalificação de agroindústrias e nas potencialidades territoriais, a partir de sistemas produtivos estratégicos, além do apoio à comercialização.
Um desses exemplos é o da produtora de orgânicos do município de Guajerú, Taiane Rodrigues (Tay Rodrigues), que também é criadora de conteúdo digital e conhecida nas redes como Influencer da Roça. Em entrevista, nesta segunda-feira (21), no Podcast da Agricultura Familiar, disponível no Canal do YouTube CarBahia, ela destacou que os sonhos que tinha foram se tornando realidade a partir do cadastro na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que viabilizou, a cada nova colheita, a venda para o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA) e depois para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnap).
E o negócio de Tay e sua família está se expandindo com produtos como o arroz orgânico e outros in natura, além de galinha caipira e produtos como biscoitos que ela desenvolve com outras mulheres da comunidade Humaitá. “Através da DAP as políticas públicas chegam. “Eu fico muito orgulhosa e também agradecida por ter esses programas que desenvolvem o rural. As políticas públicas que nós temos hoje desenvolvem o rural”, enfatiza.
A influencer e produtora de orgânicos é filiada à Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do Riacho do Humaitá Lagoa do Bino e Capinal, uma das beneficiadas com investimentos por meio do projeto da CAR, Bahia Produtiva, em Segurança Alimentar e Nutricional, que viabilizou infraestrutura em horticultura e produção de plantas alimentícias não convencionais (Panc).
Novas perspectivas de Norte a Sul
O agricultor do município de Bom Jesus da Serra, no Sudoeste Baiano, Ronei Almeida Moreno, conta que antes de acessar essas políticas públicas, trabalhou em São Paulo e depois de nove anos retornou devido à oportunidade gerada pelas políticas públicas. “Sou muito grato à Associação e a todos do projeto Bahia Produtiva.
As políticas públicas têm tipo um papel muito importante na minha vida como agricultor e como ser humano, porque são inovadoras e chegam às comunidades com toda a estrutura e junto com todo o conhecimento através da assistência técnica e de capacitações. Isso tem feito toda a diferença, estou fazendo o que gosto e, ao mesmo tempo aprendo novos conhecimentos”, ressalta.
A artesã de biojoias Leonildes dos Anjos, mais conhecida como Bilú, que faz parte da Associação Beneficente de Pesca e Agricultura de Ituberá (ABPAGI), do Baixo Sul da Bahia, destaca que as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar foram determinantes para que ela voltasse à sua terra.
“Para mim é motivo de muita alegria e felicidade, pois, há um tempo, eu não desejava ficar na minha terra e pensava em ir para outros lugares e viver novas experiências, porque eu não via que aqui eu poderia crescer, mas hoje, com esse apoio, eu posso gerar renda, vendendo e comercializando meu produto e vivendo do extrativismo na minha terra. Não há situação melhor do que viver e permanecer no lugar onde nasci”, declara Bilú.
Do Semiárido da Bahia, o agricultor Edilson da Silva, da comunidade de Fundo de Pasto Serrinha das Imagens, do município de Casa Nova, também trabalhou muitos anos em outros estados e retornou devido às oportunidades geradas pelos investimentos do Governo do Estado. “O Pró-Semiárido trouxe para nossas comunidades, as tecnologias e um novo olhar, mostrando para nós as nossas riquezas e o quanto nós temos de diferencial. As nossas criações e as nossas produções melhoraram 80%. Nós hoje podemos levar para as nossas mesas alimentos saudáveis e sem agrotóxicos”.