O mês de setembro não deve ter registros de chuvas significativas em Guanambi, é o que apontam as análises de curto e médio prazo dos principais modelos meteorológicos. Depois de temporais em algumas localidades no fim de agosto, algo atípico para a região nesta época do ano, tudo indica que a seca deve continuar por pelo menos mais um mês.
Ocasionalmente, algumas localidades podem ter chuvas isoladas, mas de modo geral, o tempo deve permanecer seco com o avanço do mês, com horizonte apontando possibilidade de chuvas expressivas apenas a partir da segunda semana de outubro.
Além da falta de chuva, setembro deve ser marcado pelos picos de calor, com máxima de até 39ºC, e ventos constantes, com rajadas de até 60 km/h em alguns dias.
As previsões indicam que as temperaturas devem seguir em elevação na próxima semana, com possibilidade de pico na casa de 37ºC no fim da primeira quinzena. Nos últimos dias do mês, o calor deve ficar ainda mais intenso e os termômetros podem se aproximar dos 40ºC.
As condições de calor e seca ocorrem ao fim do inverno mais quente já medido em 15 anos de registros do Instituto Nacional de Meteorologia na cidade, por meio dos dados da estação meteorológica automática, instalada no Aeroporto Municipal Isaac Moura Rocha.
Assim como julho, a temperatura média registrada em agosto foi a maior já apurada pelo equipamento. Foram medidos 26,26ºC, superando a média de 25,8ºC registrada em 2018, que era até então o agosto mais quente do ano. Além disso, no último dia 25 foi registrada a maior temperatura do ano, de 37,1ºC.
A ocorrência do El Niño é o principal fator que tem desregulado as condições do tempo em boa parte do mundo. A ocorrência do fenômeno coincide com os registros de temperaturas mais altas e com a menor incidência de chuvas no Nordeste brasileiro. Possíveis mudanças nas condições climáticas ocasionadas pela ação do homem também podem estar por trás das temperaturas elevadas.
De acordo com o painel de mudanças climáticas Copernicus, da União Europeia, o agosto também foi o mais quente já registrado no mundo. Este foi o terceiro mês consecutivo com registro deste recorde. Estima-se que agosto tenha sido 1,5ºC mais quente do que a média pré-industrial, de 1850 a 1900. Julho de 2023 continua sendo o mês mais quente já registrado no mundo em toda a história.
O inverno no hemisfério sul terminará às 3h50 do dia 23 de setembro, dando lugar à primavera, época quando normalmente se registram as maiores temperaturas na região de Guanambi, e que também marca o fim da seca.