A seca deve continuar por mais algumas semanas em boa parte da Bahia. As previsões para os primeiros dias de dezembro indicam que as regiões mais afetadas pela estiagem devem receber alguma umidade entre esta sexta-feira (1º) e terça-feira (5), no entanto, os volumes esperados são pequenos.
Assim como as outras chuvas ocorridas no Extremo-Oeste, Centro-Sul e Vale São-franciscano nas últimas semanas, as precipitações do início do mês devem ser irregulares. Em algumas localidades podem ocorrer temporais e em outras podem ficar praticamente sem chuva.
Este comportamento climático é típico de anos com atuação do El Niño, fenômeno que afeta a distribuição de chuvas e o aumento do calor em todo o país. No início da semana, a meteorologia já apontava para esta possibilidade. Com o passar dos dias, o cenário vem se confirmando para chuvas abaixo do inicialmente previsto.
A análise da Agência Sertão às diversas fontes meteorológicas indica que os volumes de chuva, onde ela ocorrer, devem ser pequenos no próximos dias. Na previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até quinta-feira (6), apenas algumas regiões próximas à divisa com o Tocantins devem receber chuvas mais expressivas, com acumulados que podem superar os 50 milímetros em algumas áreas.
O mapa elaborado pelo órgão (figura de destaque) mostra que as chuvas não devem avançar à margem direita do Rio São Francisco, com apenas algumas localidades recebendo pancadas isoladas. Nas áreas em branco do mapa não deve chover nada neste mesmo período.
As previsões de longo prazo indicam que as chuvas generalizadas podem chegar às regiões mencionados apenas no início da segunda quinzena de dezembro.
Impactos da estiagem na Bahia
As chuvas são esperadas para possibilitar o avanço da semeadura de grãos nas áreas produtivas de Barreiras, Correntina, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e demais agrocapitais do estado.
Em Barreiras choveu apenas 64 mm registrados pelo Inmet. O volume é pouco maior do que um terço dos 170 mm de média climatológica do município.
Já na região de Guanambi, as chuvas são esperadas para interromper o cenário de seca que ainda persiste devido à irregularidades das chuvas. De acordo com o técnico agrícola José Castor, nos interiores dos municípios de Carinhanha e Malhada, divididos pelo Rio São Francisco, vários produtores estão registrando mortandade do rebanho bovino pela falta de vegetação verde para a alimentação.
Além disso, não choveu de forma suficiente para recuperar as reservas de água e proporcionar maior disponibilidade para dessedentação animal, o que também contribui para a morte das criações.
Em Vitória da Conquista a situação também é preocupante. Há um dia do fim do mês, o acumulado de chuva é o menor para o mês de novembro já registrado pela estação do Inmet em funcionamento na Uesb desde 1975. Foram registrados apenas 6,3 mm na cidade, menos de 5% da média climatológica, que é de 128 mm.
Além disso, a cidade conhecida pelo frio tem sofrido com o calor constante, com vários recordes de temperatauras quebrados nas últimas semanas.