A falta de chuvas e o calor excessivo têm influenciado na diminuição da vazão do Rio São Francisco. Depois de três anos com chuvas volumosas e cheias históricas, os reservatórios das hidroelétricas têm segurando o nível do rio a um patamar controlado, no entanto, a recarga dos afluentes está abaixo do normal para esta época do ano.
Na Hidroelétrica de Três Marias, a afluência é a menor para o início de dezembro desde 2015, ano que ocorreu uma grande seca em toda a bacia do Velho Chico. Entretanto, naquele ano, que também teve influência do El Nino, o reservatório estava com menos de 7% de seu volume útil. Hoje, o armazenamento é de pouco menos de 50%, uma situação mais confortável.
No Médio São Francisco o rio segue com cota normal, já que Três Marias tem mantido uma defluência variando entre 500 e 800 metros cúbicos por segundo (m³/s) nas últimas semanas. Já a afluência média desta sexta-feira (1º) foi de 230 m³/s.
A situação é mais complicada nos afluentes, como o Urucuia e Arinos, no Norte de Minas; e o Carinhanha, Corrente e Grande, na Bahia, todos ainda com cota de estiagem.
Isso tem refletido na afluência na Hidroelétrica de Sobradinho, que é a menor desde 2018. O reservatório está recebendo em média 750 m³/s. Segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobras/Chesf), o volume útil do reservatório está em 57%.
Calor em excesso
Aliado à falta de chuvas, o calor excessivo têm sido uma constantes nos municípios da Bacia do Rio São Francisco nos últimos meses, principalmente no Norte de Minas Gerais e na Bahia.
Durante as últimas ondas de calor, várias cidades ribeirinhas registraram temperaturas máximas acima de 41ºC. Na cidade de São Romão foram registradas as maiores temperaturas da bacia, de 43,5ºC em setembro e de 43,4ºC em novembro.
Previsões
As previsões indicam que os municípios do Alto São Francisco devem registrar chuvas entre 40 e 100 mm nos próximos dez dias. Já na parte mineira do Médio São Francisco as chuvas devem sem menos expressivas, entre 20 e 60 mm.
Na Bahia deve chover de forma mais expressiva apenas no Extremo-Oeste, entre 15 e 50 mm. As cidades rebeirinhas não devem ter chuvas expressivas, assim como todas as sub-bacias dos rios intermitentes da margem direita.
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