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Barragens de Guanambi receberam mais de 20 milhões de metros cúbicos de água após últimas chuvas

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As chuvas de janeiro interromperam uma seca histórica e fizeram com que os principais reservatórios do município de Guanambi recuperassem parte de seus volumes. De acordo com os dados do pluviômetro da Agência Sertão, no Centro da cidade, o acumulado no mês foi de 517 milímetros (mm). De modo geral, houve variação entre 400 e 600 mm em medições realizadas nos distritos e regiões rurais, informadas por leitores que fazem o levantamento.

Todo este volume de chuva, sobretudo a partir do dia 22, trouxe quantidades significativas de água para os principais reservatórios do município. Juntos, Poço do Magro e Ceraíma receberam mais de 20 milhões de metros cúbicos (hm³) neste período. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (2), pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paranaíba (Codevasf), responsável pela gestão das barragens.

O volume é cerca de dez vezes maior do que o registrado na primeira semana do ano, quando chegaram aos açudes cerca de 2 hm³ de água.

O reservatório da Barragem de Ceraíma saltou de 25,8 hm³ no dia 19 para 34,4 hm³ atualmente. Em relação a 22 de dezembro, quando o lago atingiu seu nível mais baixo, o aumento foi de 9,1 hm³. O volume do reservatório, que tem capacidade para 51,09 hm³,  saltou de 49,5% para 67,3%. Já o nível subiu 2,6 metros, falando ainda cerca de 4 metros para atingir o vertedouro.

Já na Barragem da Poço do Magro conseguiu uma recuperação ainda maior. O reservatório terminou o período seco com 16,3 hm³, chegando a 18 hm³ com as primeiras chuvas do mês e a 30,2 hm³ atualmente. Considerando a capacidade de 37 hm³, o volume armazenado subiu de 44% para 81,6%. O nível subiu 2,15 metros neste período.

Juntos, os dois reservatórios estão com 64,6 18 hm³, o que equivale a 73% da capacidade total, que é de 88,1 18 hm³.

Os reservatórios das barragens de Estreito e Cova de Mandioca, em Urandi, ambos sob responsabilidade da Codevasf, também receberam bons volumes de água. O primeiro terminou o período chuvoso em dezembro com 12,7 hm³, equivalente a 20% do volume útil, chegando agora a 39,4 hm³, que equivale a 61%. Na segunda, o volume foi de 47,4 hm³ (27%) para 80,7 hm³ (64%).

Segurança Hídrica

Na última quinta-feira (1º), o secretário de agricultura do município, Vanderlei de Ceraíma, e o representante da Cooperativa de Irrigação do Perímetro Irrigado de Ceraíma, Marco Antônio Fraga, estiveram em Salvador para uma reunião na sede da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Eles estavam acompanhados do deputado estadual Felipe Duarte.

O encontro teve como objetivo identificar a possibilidade de preservar a água da barragem de Ceraíma e utilizar apenas as barragens da adutora do São Francisco, mais conhecida como adutora do Algodão, e da barragem do Poço Magro. Atualmente, a Embasa está retirando mais água de Ceraíma do que o usado para irrigação no perímetro.

Esta água está sendo usada para complementar a demanda do Sistema Integrado de Abastecimento de Água do Algodão para abastecer os municípios de Caetité, Lagoa Real e os distritos de Morrinhos, em Guanambi, e Ibitira, em Rio do Antônio.

“Nós temos que fortalecer a nossa economia e fortalecer a geração de emprego e renda. Essa é uma preocupação de todos que trabalham e precisam da água de Ceraíma para manter o perímetro irrigado vivo”, disse o deputado.

De acordo com os participantes da reunião, com a constante retirada de água da Barragem de Ceraíma, o fornecimento de frutas e verduras da região pode ficar comprometido, além da possibilidade de gerar uma onda de desemprego em dezenas de famílias na região. “A gente não pode cruzar os braços diante da atual situação. Queremos que a barragem de Ceraíma seja a terceira opção e não a primeira”, explicou Vanderlei.

Após conversa com o deputado Felipe Duarte, o presidente da Embasa, Leonardo Góes, garantiu uma nova avaliação técnica da operação no local. O parlamentar comemorou o resultado da reunião e reafirmou o compromisso com a resolução do pleito. “Fico feliz em saber que fomos ouvidos e que uma nova avaliação será realizada. Nosso objetivo é garantir segurança hídrica na região e não mediremos esforços para que nosso povo trabalhe sem qualquer tipo de preocupação”, completou o Felipe.

Previsão

As previsões estão indicando que o mês de fevereiro deve ter chuvas acima da média climatológica em boa parte da Bahia, principalmente na metade sul do estado. Os modelos meteorológicos indicam possibilidade de acumulados entre 150 e 200 mm para a Região de Guanambi.

As chuvas devem voltar em meados próxima semana, provavelmente entre quarta (7) e quinta-feira (8), com possibilidade de durar pelo menos até o Carnaval.

Nesta sexta-feira, os órgão oficiais de meteorologia e gestão de recursos hídricos divulgaram um novo boletim sobre os El Niño, que deve perder intensidade nos próximos meses, podendo ser convertido a La Niña no próximo semestre.

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