Um morador de Bonito, no Mato Grosso do Sul, mediu o tamanho da sucuri-verde encontrada morta no último domingo, 24 de março. A medição feita por Vilmar Teixeira, do Canal Terra da Sucuri, registou 6,45 metros. A perícia do Instituto de Criminalística do estado também fez uma medição, chegando a uma medida um pouco menor, de 6,36 metros.
Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, especialista em serpentes e autor de um mestrado sobre sucuris, a cobra morta, que foi batizada como Vovozona, era o maior exemplar da espécie já registrado no mundo.
Até então, diz o biólogo, a maior sucuri já registrada oficialmente, com medição filmada, tinha 5,21 metros. A medição foi feita pelo professor Jesus Rivas, da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas em em sucuris do mundo.
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Geralmente, as sucuris adultas têm entre 4 e 5 metros e pesam de 80 a 100 quilos. No caso da Vovozona, que também era chamada de Ana Júlia, o peso poderia chegar a 200 quilos, afirma Henrique.
O animal era bastante conhecido na região e já chegou a ser retratado em documentários. Sua presença e de outras sucuris no rio Formoso atraia turistas do Brasil e do mundo e fomentava a economia local.
A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul afirmou que uma análise preliminar indicou não haver perfurações por balas no cadáver do animal, como foi informado anteriormente. No entanto, ainda não há informações sobre a perícia prevista para esta terça-feira.
O biólogo afirmou ainda que a sucuri não tem um comportamento agressivo, o que não justificaria uma ação violenta contra o animal por motivo de defesa.
“Essa cobra estava lá havia mais de 20 anos. Era querida pela população. Ela nunca esboçou qualquer reação. Sempre foi mansa e dócil. As pessoas mergulhavam do lado dela e ela nunca atacou ninguém, como nenhuma outra lá. O que acontece é que o cara, provavelmente por maldade, foi lá e matou”, comentou.