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Governo emitiu ordem de serviço para construção de novo ramal da transposição do Rio São Francisco

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Nesta sexta-feira (5) o governo federal assinou, em Iguatu, Ceará, ordem de serviço para início das obras que vão levar água potável para a população e aumentar a eficiência no transporte de mercadorias da região Nordeste por meio de trilhos. Essas ações fizeram parte da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com informações do Agência GOV, Lula participou da assinatura da ordem de serviço para a implantação do Ramal do Salgado, obra de 36 km ligada à transposição do Rio São Francisco. O ramal vai conectar Cachoeira dos Índios, na Paraíba, a Lavras de Mangabeira, no Ceará, onde deságua no Rio Salgado.

Além de conectar regiões historicamente carentes de recursos hídricos, o Ramal do Salgado traz uma série de benefícios para os habitantes dessas áreas. Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas em 54 municípios sejam diretamente beneficiadas com a segurança hídrica proporcionada. O alívio é de extrema importância em uma região frequentemente atingida por períodos de seca.

Ao reduzir o percurso em cerca de 100 km em comparação com a derivação em Jati, a adução da água ao açude Castanhão vai trazer rapidez e eficiência da transferência de vazões. Isso beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza, maior centro urbano a ser atendido pelo Projeto da Transposição, e permite o abastecimento de cidades de médio porte, como Lavras da Mangabeira, Aurora, Cedro e Icó.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, informou que o PAC conta com 62 obras de infraestrutura hídrica no Nordeste, das quais 31 estão ligadas à transposição do Rio São Francisco. “Nós estamos falando de obras que iniciaram no ano passado, antes mesmo do presidente Lula ter o primeiro orçamento, e que está sendo dado continuidade e novas obras anunciadas”, disse o ministro.

 Transnordestina

Lula também acompanhou as obras de Ferrovia Transnordestina. Estratégica para o transporte de grãos, minérios, fertilizantes e combustíveis, a ferrovia que terá 1.206 quilômetros, ligará, quando concluída, o sertão do Piauí, a partir da cidade de Eliseu Martins, ao porto de Pecém (CE).

A Ferrovia Transnordestina tem obras mais intensas neste instante no trecho entre Acopiara e Quixeramobim, no Ceará. Estão sendo feitas obras de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem, para, posteriormente, iniciar os trabalhos de superestrutura, de instalação de trilhos e dormentes.

O presidente Lula disse que a conclusão da Transnordestina é uma obsessão e quer a ferrovia sendo usada, também, para o transporte de passageiros.

“Nós vamos terminar essa ferrovia. No ano que vem eu quero pegar o lugar mais longínquo do Piauí, entrar em um vagão e vir até este local para saber quanto é que falta. O compromisso da empresa é que a gente possa terminar ou até final de 2026 ou até o primeiro trimestre de 2027. Se depender do Governo, vamos terminar porque vamos cumprir todos os acordos firmados e não vai faltar recursos”, ressaltou.

O presidente defendeu a construção de ferrovias para baratear os fretes no país, hoje feito, na maioria, por meios rodoviários.

O avanço da obra nesta região deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho. “Vamos gerar emprego construindo a ferrovia e depois gerar emprego transportando mercadorias”, finalizou o presidente.

Atualmente são 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local. Em 2025, o número pode saltar para 23.200 empregos. Em 2023 foram investidos cerca de R$ 269 milhões nas obras, que hoje contam com uma evolução de 61% de avanço físico.

“Uma rodovia de mais de 1.200 Kms, dos quais 679 já estão prontos e nós vamos, nos próximos meses, contratar o restante dela. Essa ferrovia tem, com salários médios de R$ 2.800, 2.600 homens trabalhando, mas até o final do ano nós vamos dobrar esse número”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho.

De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. Um dos projetos prioritários do Novo PAC, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no PAC. Ele havia sido retirado do contrato na gestão anterior.

Terminais

A Transnordestina prevê atuar com três terminais de carga no Ceará. Eles atenderão não apenas os grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores cearenses. Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela Transnordestina Logística S/A (TLSA), empresa privada do Grupo CSN, responsável pela construção e operação da Ferrovia Transnordestina.

Significado

A Transnordestina é considerada estratégica para a logística do Nordeste e do país. Ela representará um novo marco no escoamento de produtos da região do Matopiba, formada pelo estado do Tocantins e partes de Maranhão, Piauí e Bahia. Vai reduzir o custo logístico e tornar os produtos brasileiros ainda mais competitivos no mercado mundial.

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