O Instituto Chico Mendes realizou entre os dias 14 e 24 de abril, uma operação de fiscalização no Parque Nacional da Chapada Diamantina. Durante as atividades, foram atendidas diversas denúncias, resultando na aplicação de três autos de infração e na apreensão de 28 espingardas, 10 armadilhas para tatus, 70 aves silvestres mantidas em cativeiro, 28 toras de árvores do Cerrado, além de 8 carcaças de animais silvestres abatidos.
De acordo com informações do Instituto, os pássaros que estavam em boas condições foram soltos na natureza e os que estavam debilitados foram encaminhados ao Cetas em Vitória da Conquista. As carcaças de animais silvestres foram destruídas.
Também foram destruídas quatro ocupações irregulares na UC e embargadas áreas danificadas por incêndios ocorridos no território, tendo em vista garantir a regeneração natural da vegetação e facilitar o monitoramento da recuperação. Documentos foram entregues a seis autuados em várias localidades do entorno. Também foram realizadas vistorias em vários pontos para verificar a ocorrência de impactos no Parque Nacional e mapear futuras ações.
Uma das preocupações era relacionada a situação de uma espécie endêmica de orquídea, a Adamantinia miltonioides, descrita há 20 anos (Van den Berg & C.N. Gonç.) e da qual só se conhecem apenas cerca de 70 indivíduos, todos dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, havia uma denúncia envolvendo a espécie que foi averiguada durante a operação.
“Havia uma denúncia de que poderia estar havendo biopirataria da espécie. Como parte da ação de fiscalização no Parque, fomos até o local com o pesquisador que ajudou a descrever a espécie para verificar. Felizmente, depois de cinco horas de caminhada em um local sem trilhas, verificamos que a denúncia era falsa.”, conta o chefe do Parque Nacional, Cezar Neubert Gonçalves.
A atividade teve a participação de servidores do Parque Nacional da Chapada Diamantina e da Floresta Nacional Contendas do Sincorá, da Estação Ecológica de Murici e da APA de Piaçabuçu.