Pesquisadores da Ufba e da Univasf desenvolvem tinta anticorrosiva para metais ferrosos

Foto: Reprodução/ Secti

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) informou nesta segunda-feira (20), que o pesquisador Erlon Rabelo, sob orientação de Helinando Oliveira e Marcio Luís Ferreira, e colaboração de Mateus Matiuzzi, desenvolveu uma nova tecnologia de tintas orgânicas/biológicas que promete ter proteção anticorrosiva em aços de baixo teor de carbono.

De acordo com a Secti, os pesquisadores buscam melhores condições para pontes, viadutos, plataformas de petróleo e navios, tendo em vista que essas são algumas das estruturas fundamentais para o desenvolvimento da vida humana, que por sua resistência, são feitas à base de aço ou outros metais ferrosos.

Contudo, esses materiais são suscetíveis à corrosão quando expostos a ambientes hostis, como aqueles com umidade e água salgada.

O orientador da pesquisa, Helinando Oliveira, explica como funciona a tinta, que passou por testes de proteção em aços de baixo carbono realizados em condições de imersão em solução salina.

“O revestimento alia a capacidade dos polímeros condutores nanoestruturados, camadas de polipirrol sintetizadas eletroquimicamente, com a adesão de biofilmes de bactérias, como a Staphylococcus aureus, que viabiliza o recobrimento de peças metálicas e a limitação no transporte de água e oxigênio, interferindo na reação oxidativa no sentido de inibi-la, o que limita a sua difusão”.

Segundo Helinando, a tinta apresenta vantagem se comparada a produtos convencionais no mercado.

“Partindo da comparação com resinas epóxi e poliéster, produtos mais usados industrialmente para revestir materiais dos tipos testados, a tinta desenvolvida revestindo o aço provocou nesse material uma taxa de corrosão de 0,05 mm/ano, enquanto com o revestimento de resina, o aço sofre uma taxa de corrosão de 0,20 mm/ano, ou seja, quatro vezes mais.

O nosso objetivo é permitir o uso do produto em ambientes agressivos como em reservatórios de águas residuais ou em água do mar”, diz.

A nova tecnologia, que teve a patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Universidade Federal da Bahia (Ufba), instituição onde ocorre a pesquisa, está em fase de aprimoramento e busca financiamento para ser implementada no mercado.

“Nosso plano é testar a proteção com diferentes estruturas bacterianas e reduzir os preços de produção, viabilizando a produção em escala industrial”, projeta Helinando.

A pesquisa também conta com parceria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros.

As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail.

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