O período chuvoso na Região de Guanambi deve começar logo após o início da primavera. Prognósticos de médio e longo prazo, consultados pela Agência Sertão nos principais modelos matemáticos de previsão, indicam a possibilidade de que as primeiras precipitações ocorram nos últimos dias de setembro.

Entretanto, as chuvas esperadas para o próximo mês não devem ser expressivas. As últimas rodadas de previsão indicam que os acumulados devem ficar entre 5 e 15 milímetros (mm), com a possibilidade de precipitações mais volumosas na primeira quinzena de outubro.

As previsões também indicam que as temperaturas devem se manter próximas à média histórica, sem grandes registros de calor excessivo em setembro.

Para os meses seguintes, o volume e a frequência de chuvas na região estarão sujeitos à intensidade do fenômeno La Niña, que deve se configurar entre setembro e novembro. Esse fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, especialmente na região do Pacífico Equatorial. Essa anomalia normalmente causa chuvas acima da média no Norte e Nordeste do Brasil, assim como secas no Centro-Oeste e no Sul.

No ano passado e no início de 2024, prevaleceram as condições de El Niño, com características opostas às da La Niña. Na ocasião, houve um grande atraso na chegada das chuvas, causando uma seca histórica na região.

Os prognósticos atuais indicam que as chuvas devem ficar ligeiramente abaixo da média até novembro, com volumes dentro da média nos meses seguintes. É importante destacar a necessidade de acompanhamento contínuo das previsões, pois a dinâmica pode mudar conforme o comportamento das temperaturas das águas do Pacífico Equatorial.

Estiagem 2023-2024

As últimas chuvas expressivas registradas em Guanambi ocorreram no início de abril. De acordo com os dados do pluviômetro da Agência Sertão, localizado no Centro da cidade, a precipitação entre os dias 1º e 5 foi de 113 mm. Depois disso, não houve novas chuvas na região.

A temporada chuvosa passada foi marcada pela irregularidade. O período começou ainda em agosto, com um registro atípico de 36 mm no dia 29. Em setembro, não choveu, e em outubro o volume foi de apenas 12 mm.

No início de novembro, voltou a chover, com um acumulado de 59 mm, insuficiente para reverter o cenário de seca, amenizado apenas nas últimas semanas de dezembro, quando foi registrado um total de 102 mm naquele mês.

As chuvas volumosas e frequentes só caíram em janeiro, quando o acumulado foi de 502 mm. Em fevereiro, choveu 150 mm, e em março, mais 57 mm. Ao todo, o pluviômetro registrou 1.049 mm, um dos maiores volumes observados nas últimas décadas na cidade, apesar da irregularidade severa no início do período chuvoso.

Além da escassez de chuvas, a última primavera foi marcada pelas altas temperaturas, com ondas de calor sucessivas e máximas na casa dos 40ºC por vários dias seguidos em Guanambi e Região.

A maior temperatura registrada no Brasil desde o início das medições oficiais foi de 44,8ºC, registrada no dia 19 de novembro, na cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.