Nesta segunda-feira, 2 de setembro, foi divulgada a última atualização do Monitor de Secas. A ferramenta é gerida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e conta com apoio de diversos órgãos federais e estaduais no monitoramento de condições de estiagem em todo o país.
De acordo com os dados recentes, entre junho e julho, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno somente em Roraima. No sentido oposto, em outras 15 unidades da Federação a seca se intensificou nesse período: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
Em outros quatro estados, a seca voltou a ser verificada em julho: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. No aspecto de severidade, a seca ficou estável em cinco unidades da Federação: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão e Pernambuco. Somente dois estados seguiram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Considerando as cinco regiões geopolíticas acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Sul registrou a condição mais branda do fenômeno em julho, enquanto o Norte teve a situação mais severa, registrando seca extrema. Entre junho e julho, houve uma intensificação do fenômeno em todas as cinco regiões do Brasil. Considerando a extensão da área com seca, o fenômeno se expandiu nos territórios de todas as regiões nesse período. O Sul teve a menor área com seca (21%) e o Centro-Oeste teve o registro do fenômeno na totalidade de seu território em julho.
Na comparação entre junho e julho, 15 estados registraram o aumento da área com seca: Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Tocantins. Já em outros quatro estados a seca voltou a ser registrada: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Por outro lado, Roraima teve um recuo da seca. Em cinco unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Por sua vez, dois estados se mantiveram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Nove unidades da Federação registraram seca em 100% do território em julho deste ano: Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Tocantins. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 5% a 98%.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de julho, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia. No total, entre junho e julho, a área com o fenômeno aumentou de 5,96 milhões para 7,04 milhões de km², o equivalente a 83% do território brasileiro.
Situação por UF
UF | ÁREA | SEVERIDADE DA SECA |
Acre | Entre maio e julho, a área com seca seguiu presente na totalidade do território do Acre. É a primeira vez que o estado registra seca em 100% de seu território por três meses consecutivos desde o período entre novembro de 2023 e janeiro de 2024 | Em termos de severidade, o fenômeno se intensificou no Acre entre junho e julho com o registro de seca extrema em 14% do estado. É a condição mais severa no AC desde novembro de 2022, quando o território acreano entrou no Mapa do Monitor |
Alagoas | Em julho Alagoas voltou a registrar seca em 29% de seu território, depois de ter estado livre de seca entre maio e junho. É a maior área com registro do fenômeno desde os 50% registrados em março deste ano | Em julho Alagoas voltou a registrar seca fraca, a mais branda na escala do Monitor, em 29% de seu território |
Amapá | Entre junho e julho, houve o aumento da área com seca de 32% para 72% do Amapá. Essa é a maior área com seca no território amapaense desde abril deste ano, quando houve seca em 80% do estado. O percentual de área com seca no AP também foi o menor entre os estados do Norte em julho | A severidade do fenômeno se manteve estável no Amapá entre dezembro e julho somente com o registro de seca fraca, que é a mais branda na escala do Monitor. Assim como de fevereiro a junho, em julho o estado teve a condição mais branda de seca entre os estados do Norte |
Amazonas | A área com seca no Amazonas aumentou de 95% para 98% de seu território entre junho e julho. É a maior área com seca no estado desde maio de 2024, quando o fenômeno foi identificado em 100% do AM | Entre junho e julho, a seca se intensificou no Amazonas com o aumento da área com seca extrema de 5% para 19% do estado. Essa é a condição mais severa no Amazonas desde a entrada do estado no Mapa do Monitor em dezembro de 2022. Além disso, é a condição mais intensa da seca entre todas as unidades da Federação em julho |
Bahia | A área com seca aumentou de 48% para 71% da Bahia entre junho e julho. É a maior área com seca no estado desde fevereiro deste ano: 91% | O fenômeno se intensificou no território baiano entre junho e julho com o avanço da seca moderada de 13% para 26% do estado. Essa é a condição mais severa do fenômeno na Bahia desde março deste ano, quando houve seca moderada em 27% do estado. O estado teve a maior severidade de seca do Nordeste em julho |
Ceará | A área com seca no Ceará aumentou de 1% para 5% do estado entre junho e julho. Com isso, o Ceará teve o menor percentual de área com seca do Nordeste | A severidade da seca se manteve estável no Ceará entre abril e julho, pois houve somente o registro de seca fraca no estado, a mais branda na escala do Monitor. O estado teve a melhor condição de seca dentre os estados nordestinos em julho |
Distrito Federal | Entre maio e julho, a área com seca seguiu presente em 100% do Distrito Federal. Desde o período entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, é a primeira vez que o DF registra seca na totalidade de seu território por três meses consecutivos | A severidade da seca se manteve estável no DF entre junho e julho, com registro de seca moderada em todo seu território. É a condição mais severa do fenômeno no DF desde outubro de 2022, quando houve seca moderada em 100% da unidade da Federação. Ainda assim, o DF teve a condição mais branda do Centro-Oeste em julho |
Espírito Santo | Entre junho e julho, a área com seca no Espírito Santo se manteve em 100% de seu território. O ES e Minas Gerais foram os únicos estados do Sudeste com seca na totalidade de seus territórios em julho | A seca se intensificou no Espírito Santo entre junho e julho com o registro de seca moderada em 68% do estado. É a condição mais severa no território capixaba desde outubro de 2022, quando houve seca moderada em 81% do ES |
Goiás | A área com seca aumentou de 95% para 100% de Goiás entre junho e julho. É a maior área com seca no estado desde janeiro de 2024, quando o fenômeno também foi registrado em 100% de seu território | A seca se intensificou em Goiás entre junho e julho com o registro de seca grave em 19% de seu território. É a condição mais severa no estado desde julho de 2023, quando houve seca grave em 20% do estado |
Maranhão | Entre junho e julho, houve o aumento da área com seca no Maranhão, que passou de 31% para 73% do estado. É a maior área com seca no território maranhense desde fevereiro deste ano, quando o fenômeno foi registrado em 92% da sua área. Além disso, o Maranhão teve o maior percentual de área com seca no Nordeste em julho | A intensidade do fenômeno se manteve estável no estado com a seca moderada ficando no patamar de 6% entre março e julho. Essa é a condição mais branda do fenômeno no Maranhão desde setembro de 2023, quando houve seca moderada em 5% do estado |
Mato Grosso | A área com seca aumentou de 84% para 100% de Mato Grosso entre junho e julho. Essa é a maior área com seca no estado desde agosto de 2021, quando houve seca em 100% do território mato-grossense | Houve uma intensificação da seca em Mato Grosso entre junho e julho, já que a seca grave avançou de 30% para 33% do estado |
Mato Grosso do Sul | Em Mato Grosso do Sul, a área com seca aumentou de 85% para 100% do estado entre junho e julho. É a maior área com seca em MS desde julho de 2022, quando houve seca em todo o estado | A seca se intensificou em Mato Grosso do Sul entre junho e julho com o avanço da seca grave de 11% para 34% do território do estado. É a condição mais severa no território sul-mato-grossense desde janeiro de 2023, quando houve seca extrema em 1% de MS. Com isso, o estado teve a condição mais severa do fenômeno em julho no Centro-Oeste |
Minas Gerais | Entre junho e julho, Minas Gerais registrou um aumento da área com seca de 78% para 100% de seu território. É a maior área com seca em MG desde agosto de 2022, quando o fenômeno foi registrado na totalidade do território mineiro. Minas e Espírito Santo foram os únicos estados do Sudeste com seca na totalidade de seus territórios em julho | Em Minas Gerais a seca se intensificou entre junho e julho com o registro de seca grave em 5% do estado. É o cenário mais severo no estado desde janeiro de 2023, quando houve seca grave em 8% do território mineiro |
Pará | O Pará registrou um aumento da área com seca de 66% para 84% do estado entre junho e julho. É a maior área com o registro do fenômeno no território paraense desde dezembro de 2023, quando houve seca em 98% do estado | Entre junho e julho, houve uma intensificação da seca no Pará com o avanço da seca moderada de 15% para 24% do estado nesse período |
Paraíba | A Paraíba voltou a registrar seca em julho, o que não acontecia no estado desde março deste ano. O fenômeno foi verificado em 26% do território paraibano. Essa é a maior área com seca no estado desde os 79% registrados em fevereiro de 2024 | Entre junho e julho, a Paraíba voltou a registrar seca fraca, a mais branda na escala do Monitor, em 26% de seu território |
Paraná | Entre junho e julho, a área com seca aumentou no Paraná de 60% para 61% do estado. É a maior área com o fenômeno no PR desde julho de 2022: 68%. Em julho o estado foi o único do Sul com registro de seca | Entre junho e julho a seca se intensificou no Paraná com o aumento da área com seca moderada de 26% para 33% do estado. Essa é a condição mais severa de seca no território paranaense desde os 18% de seca grave registrados em setembro de 2022 no estado |
Pernambuco | Pernambuco teve um aumento da área com seca de 17% para 45% de seu território entre junho e julho. É a maior área com seca no estado desde os 74% registrados em março de 2024 | A severidade da seca ficou estável em Pernambuco entre abril e julho, já que houve somente o registro de seca fraca no estado, que é a mais branda na escala do Monitor |
Piauí | Entre junho e julho, a área com seca teve um aumento no Piauí, onde subiu de 51% para 66% do estado. É a maior área com seca no estado desde os 73% registrados em janeiro de 2024 | A seca se intensificou no Piauí entre junho e julho com o avanço da seca moderada de 14% para 16% do estado. É a condição mais severa desde março deste ano, quando houve seca moderada em 19% do território piauiense |
Rio de Janeiro | No território fluminense a área com seca se manteve no patamar de 84% entre junho e julho. Essa é a maior área com seca no estado desde setembro de 2020, quando houve seca em 100% do RJ. Por outro lado, o Rio de Janeiro teve o menor percentual de área com seca entre os estados da região Sudeste em julho | A seca se intensificou no Estado do Rio de Janeiro entre junho e julho, pois a seca moderada passou a ser registrada nesse período em 24% do território fluminense. Essa é a condição mais severa desde setembro de 2021, quando houve seca moderada em 54% do estado. Ainda assim, o RJ teve a melhor condição de seca do Sudeste em julho |
Rio Grande do Norte | Em julho o Rio Grande do Norte voltou a registrar seca, o que não ocorria desde março deste ano. O fenômeno foi verificado em 15% do estado, sendo o maior percentual de seca no RN desde os 63% verificados em fevereiro deste ano | Entre junho e julho, o Rio Grande do Norte voltou a registrar seca fraca, a mais branda na escala do Monitor, em 15% de seu território |
Rio Grande do Sul | O Rio Grande do Sul se manteve livre de seca entre outubro de 2023 e julho deste ano. O estado apresenta a melhor condição do Brasil em julho juntamente com Santa Catarina | O Rio Grande do Sul se mantém livre de seca há dez meses consecutivos. A condição do estado é a melhor do Brasil em julho juntamente com Santa Catarina |
Rondônia | A área com seca aumentou de 68% para 100% de Rondônia entre junho e julho. Desde março deste ano o estado não registrava o fenômeno na totalidade de seu território | Entre junho e julho, a seca se intensificou em Rondônia com o avanço da seca grave de 19% para 25% do território rondoniense. É a maior severidade de seca no estado desde fevereiro de 2024, quando houve seca extrema em 5% de RO |
Roraima | Entre junho e julho houve a redução da área com seca de 100% para 77% de Roraima. Em julho o estado teve áreas livres de seca pela primeira vez desde sua entrada no Mapa do Monitor em novembro de 2023 | Entre junho e julho a seca se abrandou em Roraima com a redução da área com seca moderada de 31% para 12% do território roraimense. É a condição mais branda de seca em Roraima desde novembro de 2023, quando teve início o monitoramento no estado |
Santa Catarina | Santa Catarina vem se mantendo livre de seca há 11 meses consecutivos. Essa é a maior sequência de meses sem o registro do fenômeno entre todas as unidades da Federação. Em julho o estado esteve junto com o Rio Grande do Sul como os únicos estados do Brasil livres de seca | Entre setembro de 2023 e julho de 2024, Santa Catarina se manteve livre de seca. A condição do estado é a melhor do Brasil em julho juntamente com o Rio Grande do Sul |
São Paulo | No Estado de São Paulo a área com seca se manteve no patamar de 92% de seu território entre junho e julho. Essa é a maior área com o fenômeno em SP desde setembro de 2022, quando houve seca em 100% do estado | A seca se intensificou no Estado de São Paulo entre junho e julho com o registro de seca grave em 17% de seu território, severidade que não era verificada em SP desde março de 2023. É a maior intensidade do fenômeno em São Paulo desde janeiro de 2023, quando houve seca extrema em 3% do estado. Além disso, SP teve a maior severidade da seca entre os estados do Sudeste em julho |
Sergipe | Em julho Sergipe voltou a registrar seca, o que não ocorria desde abril deste ano. O fenômeno foi verificado em 20% do estado, sendo o maior percentual de seca no território sergipano desde os 63% verificados em março deste ano | Entre junho e julho, Sergipe voltou a registrar seca fraca, a mais branda na escala do Monitor, em 20% de seu território |
Tocantins | Tocantins teve o aumento da área com seca de 98% para 100% do estado entre junho e julho | Em Tocantins a seca se intensificou entre junho e julho com o aumento da área com seca moderada de 49% para 51% do estado. É a condição mais severa em TO desde março de 2024, quando houve seca grave em 25% do território tocantinense |
O Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.