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Volume útil dos maiores reservatórios do rio São Francisco chega a 52%

Os reservatórios das usinas hidrelétricas de Três Marias, em Minas Gerais, e Sobradinho, na Bahia, registraram os menores volumes para a primeira semana de setembro nos últimos anos.

A situação já preocupa moradores das localidades, que dependem do Rio São Francisco, cuja vazão entre as duas barragens também está em níveis baixos. As defluências permanecem baixas e assim continuarão até a chegada das chuvas.

De acordo com o Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR) da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), ambos os reservatórios estavam com aproximadamente 52% de sua capacidade no domingo, 8 de setembro.

Em Três Marias, o volume útil do reservatório, que tem capacidade para 19,5 bilhões de metros cúbicos (hm³), alcançou seu nível mais baixo desde 2018. No mesmo período do ano passado, o volume estava em 75,7%.

A queda reflete a escassez de chuvas que afeta a Bacia do Rio São Francisco desde 2023. Atualmente, a afluência é de apenas 11,2 metros cúbicos por segundo (m³/s), enquanto a defluência está em torno de 400 m³/s, tendo sido reduzida para 150 m³/s em junho deste ano para conter a queda nos níveis.

Já o reservatório de Sobradinho, que pode armazenar até 34,1 bilhões de hm³, não apresentava níveis tão baixos para esta época do ano desde 2019. No ano passado, a capacidade estava em 69%, mas a influência do fenômeno El Niño em 2023 provocou uma drástica redução no volume de água. A afluência atual é de 400 m³/s, enquanto a defluência chega a 1.200 m³/s.

Por outro lado, a Hidrelétrica Luiz Gonzaga, em Paulo Afonso, Bahia, apresenta uma situação mais confortável, com 84% de sua capacidade. O volume é controlado pela vazão liberada de Sobradinho, e o reservatório tem capacidade para 10,7 bilhões de metros cúbicos.

Impactos

A baixa nos volumes de água dos reservatórios impacta diretamente o Médio São Francisco, entre Três Marias e Sobradinho, abrangendo áreas de Minas Gerais e Bahia. O nível do rio não apresentava condições tão críticas desde 2018.

Em alguns trechos, bancos de areia estão reaparecendo, dificultando a navegação até mesmo de pequenas embarcações. Se a falta de chuvas continuar, a pesca na região também poderá ser comprometida.

Após enfrentar secas severas em meados da década passada, o Rio São Francisco começou a se recuperar com cheias a partir de 2019. Contudo, em 2023, a escassez de chuvas em toda a bacia agravou a situação, interrompendo o ciclo de recuperação.

A influência do El Niño, que reduz a ocorrência de precipitações na região, tem sido apontada como a principal causa da queda nos níveis dos reservatórios.

Acompanhe no Agência Sertão mais informações sobre a situação dos reservatórios e a crise hídrica no Rio São Francisco.

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