Maior cometa do século ficará visível novamente no Brasil entre 7 e 11 de outubro

Astrônomos e entusiastas da astronomia estão empolgados com a passagem do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), que tem sido aclamado como o potencial “cometa do século”. A trajetória deste corpo celeste, que se aproxima consideravelmente do Sol e da Terra em outubro de 2024, vem gerando grande expectativa na comunidade científica.

A máxima aproximação do cometa com a Terra ocorrerá no sábado, 12 de outubro de 2024, a uma distância de 0,4725 Unidades Astronômicas (UA), o que equivale a 70.684.993 quilômetros. Seu periélio (o ponto mais próximo ao Sol) já ocorreu em 27 de setembro de 2024, a uma distância de 0,3912 UA.

Desde o dia 22 de setembro, o cometa pode ser observado no céu ao amanhecer, mas ele ficará novamente muito próximo do Sol entre os dias 7 e 11 de outubro, tornando-se invisível nesse período. No entanto, após essa fase, será possível vê-lo logo após o pôr do sol, com máxima aproximação no dia 12 de outubro.

Cometa
Registro do cometa feito pelo astrônomo amador Aluísio Andrade do Graviton Scientific Society de Teresina/PI (GSS), parceiro do ON no projeto Céu em sua casa

O astrônomo Dr. Gabriel Hickel, professor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), explicou que, desde que o cometa passou pelo periélio, ele tem se tornado cada vez mais brilhante, facilitando a observação a olho nu. “Porém, o cometa também está ficando mais baixo no horizonte, o que progressivamente impedirá sua visão”, afirmou Hickel. Segundo ele, o dia 03 de outubro será o melhor momento para observá-lo, por volta das 5h00 (horário de Brasília). A partir do dia 06 de outubro, será o último momento em que será possível vê-lo ao amanhecer.

Entre os dias 07 e 11 de outubro, o cometa estará praticamente invisível devido à sua proximidade com o Sol. A partir do dia 12 de outubro, ele poderá ser visto novamente, logo após o pôr do sol, às 18h45, na constelação de Virgem, e no dia 14, estará a 10 graus de altura no céu, sendo visível até cerca das 19h00. Ele continuará visível, possivelmente a olho nu, até aproximadamente o dia 20 de outubro, já na constelação da Serpente. A partir dessa data, o cometa ficará cada vez mais alto no céu, mas perderá o brilho, sendo observável apenas com o uso de instrumentos, como binóculos ou lunetas.

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Imagem registrada pelo Astrônomo Gabriel Hickel, parceiro do ON no projeto Céu em sua casa

Para uma melhor observação, recomenda-se o uso de binóculos simples de 7×50 ou 10×50, que oferecem o equilíbrio ideal entre aumento e diâmetro de lente objetiva. Binóculos com abertura menor que 50mm não são recomendados, pois dificultam a visualização de objetos com pouco brilho, como o cometa.

O cometa C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 pelo Observatório Chinês de Tsuchinshan e confirmado pelo sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) em fevereiro do mesmo ano. Com uma órbita retrógrada e parabólica, ele se move na direção oposta à maioria dos corpos celestes do sistema solar, tendo atingido sua distância mínima do Sol em 28 de setembro de 2024, a 0,39 UA.

Cometas são pequenos corpos celestes compostos de rochas, poeira e gelo, situados principalmente nas regiões mais distantes do Sistema Solar. Eles são remanescentes da formação dos planetas e guardam características do material primordial do início do sistema solar.

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